Pensando a educação
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A educação pode ser estudada e implantada de várias formas na vida das pessoas, em seu dia a dia. A partir desta ideia, inicia-se o pensar na educação como uma forma que deve ser adequada ao grupo social a que se destina, por não haver uma forma única e ideal para todos, não sendo, portanto, a escola o único local onde pode e precisa ser praticada.
A transmissão do conhecimento, a educação, se dá a partir do desenvolvimento da cultura humana, onde o homem cria sua própria situação no ensino-aprendizagem. Como por exemplo, a educação informal, realizada por grupos tribais, nas aldeias, por meio da observação, levando em consideração a visão, o entendimento, a reprodução e o aprendizado, bem como por meio natural instintivo, como ocorre no reino animal, o instinto guiando seus passos e ações, a educação na vida. E como ensino formal, a educação aparece quando sujeita à pedagogia, com situações próprias para seu exercício e por meio de educadores especializados.
A educação é entendida como um processo de desenvolvimento da capacidade intelectual, e seu significado é tão amplo quanto abrangente. Atualmente seu processo está mais associado à escola, no momento em que a educação se transforma em ensino. Por suas inúmeras formas, práticas e situações, a educação torna-se algumas vezes imperceptível, exceto nos locais em que seja nomeada.
A escola surge da necessidade de preservação de um legado de acervo cultural, e embora a produção do conhecimento não fosse restrita a instituições ou a lugares determinados, a transmissão regular e disciplinar desses conhecimentos foi sendo, com o tempo, delegada à escola, ou melhor, à educação formal.
Cabe a todos nós compreendermos que a escola é um local provisório, onde a educação acontece, pois esta se trata de um exercício de viver e conviver, e a educação da criança é uma tarefa doméstica, que busca formar a consciência moral, essencial na educação de uma sociedade.
Há muitos questionamentos que ainda hoje são feitos, como o papel da educação e o acesso a ela. E sabemos de sua extrema importância para o desenvolvimento de uma nação, mas sabemos também que não se trata apenas de passar conhecimento, a formação educacional deve ser voltada para uma linha crítica, onde os cidadãos aprendem a analisar criteriosamente uma situação, a questionar de forma fundamentada sobre alguns assuntos, a interpretar outros, e assim por diante.
A escola é um local de grande importância para a ascensão social, e nela depositam-se sonhos, de um futuro melhor, mas muitos ainda são os problemas que cercam esses sonhos, pois vemos uma sociedade em expansão, mas com um ensino formal enraizado.
Na busca pela melhor definição de educação, que varia de acordo com o tempo e modo de pensar de cada período, compreende-se enfim que uma coisa é certa: o homem precisa ser educado, não apenas para sua formação como sujeito, mas para sua entrada e permanência na vida social.
Em suma, não se pensa em educação apenas como uma prática solta, ela é exigida por grupos sociais na formação de pessoas na e para a sociedade. E se um dia a educação foi feita de um modo, ela pode ser reinventada e ser feita de outro. Ainda assim, ela se torna inevitável, ninguém escapa dela, por sua presença em nossa vida. E se por um lado ela serve como ferramenta para a igualdade, por outro ela pode abrir as portas para a desigualdade entre os homens. Cada sociedade necessita de um tipo de educação que se adeque às suas necessidades, e sua função está na formação de um cidadão responsável, capaz de intervir no mundo em que vive.
Já dizia Paulo Freire: “A educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. As pessoas transformam o mundo”.
Luana Boeck formada em história e coordenadora do Programa A Tribuna na Escola
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