País identifica 34 casos de rara síndrome neurológica após vacina
Depois de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter notificado 34 casos suspeitos de uma rara síndrome neurológica após a vacinação contra a covid-19 no Brasil, especialistas tiram dúvidas e explicam que os benefícios dos imunizantes superam em muito os riscos.
A chamada síndrome de Guillain-Barré, de acordo com os médicos, é um distúrbio neurológico autoimune raro, no qual o sistema imunológico danifica as células nervosas, causando, principalmente, fraqueza nos pés e nas
pernas.
A neurologista Soo Yang Lee explicou que a síndrome tem sido observada após quadros virais, principalmente gastroenterites.
“Com o advento de vacinas, também se observou relação da síndrome com imunizantes, já que há um estímulo do sistema autoimune. Temos observado casos de Guillain-Barré tanto pela covid, como pela vacina da covid, mas não mais do que por outras vacinas ou viroses”.
De acordo com ela, estão aparecendo mais porque a quantidade de casos de covid é “imensamente maior do que qualquer doença”.
O neurologista Igor Pagiola, professor de Neurologia da Emescam, revelou que em 80% a 90% dos casos, a recuperação completa se dá em algumas semanas ou até seis meses.
“O número de pessoas que se agravam, com outros sintomas, além da fraqueza nos membros inferiores, é ainda mais raro. Em geral, a covid é mais grave que se comparado aos casos da síndrome, que é benigna em sua grande maioria. Por isso, é preciso se vacinar”.
De acordo com os dados da vacinação no País, 98,2 milhões de pessoas já foram parcialmente imunizadas com a primeira dose de uma das vacinas.
Do total, a Anvisa informou que 27 dos casos suspeitos ocorreram após a vacinação com o imunizante da AstraZeneca. Quatro notificações ocorreram depois do uso da Coronavac e três após o recebimento da Janssen, a vacina da Johnson&Johnson, de dose única.
A infectologista Ana Carolina D'Ettorres enfatizou a necessidade de se vacinar contra a covid, já que os casos da síndrome são muito raros e têm tratamento.
“Os casos notificados ainda são suspeitas. O número registrado é baixíssimo, dentro do universo de pessoas vacinadas no mundo. A recomendação é manter a vacinação. Em caso de sintomas adversos, é preciso procurar atendimento médico”, orientou.
Comentários