Pais e professores dão 5.800 sugestões para volta às aulas
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Pais e professores deram 5.800 sugestões para a volta às aulas presenciais na rede estadual de ensino. Enquanto a data de retorno das aulas de ensino médio, fundamental e infantil não é definida, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) abriu consulta pública sobre a retomada das aulas.
Das 5.800 contribuições registradas até ontem, 2.820 foram sobre questões pedagógicas. Outras 1.460 sobre os aspectos psicossociais desse retorno. As outras 1.569 tratam de questões sanitárias e administrativas.
“A Sedu ressalta que este é um levantamento qualitativo, não havendo, portanto, um resultado objetivo”, disse a pasta, sem detalhar as sugestões enviadas.
De toda essa retomada, a volta do ensino infantil é a tarefa mais complexa, segundo o subsecretário de Estado da Saúde, Luiz Carlos Reblin. Ele disse que os protocolos para retorno estão sendo analisados esta semana.
“Difícil de definir quais medidas de segurança nós podemos adotar com o público infantil, mas as equipes da Saúde e da Educação concluíram as primeiras propostas, uma primeira minuta que foi apresentada a um grupo técnico composto de 19 entidades que representam todos os segmentos da educação: alunos, pais, professores, empresários e Ministério Público”.
Esse grupo, irá avaliar a minuta durante essa semana e trará contribuições para que o documento se aproxime o mais possível do dia a dia das crianças.
Uma das propostas apresentadas pelo governo, que ainda será debatida, é de que as crianças fiquem afastadas 10 metros de distância em sala de aula.
Em paralelo, secretarias da Saúde e da Educação preparam uma coletiva de imprensa para a próxima sexta-feira, quando vão detalhar o inquérito sorológico escolar.
Assim como o inquérito sorológico foi feito de forma gratuita em residências com teste rápido, alguns membros da comunidade escolar serão testados. A coletiva deve apresentar como e em quantas pessoas será feita a testagem.
Insegurança

Estudante do 2º ano do ensino médio de rede estadual, Ana Julia Pontin, de 16 anos, diz que, caso tenha que voltar para a escola agora, retornaria insegura.
“Acho que se voltarmos agora, o número de casos pode aumentar. Vai que tem alguém contaminado na escola! Deveriam esperar diminuir o número de casos ou até mesmo esperar a vacina chegar. Esperamos até agora, é mais prudente esperar mais um pouco”, opinou.
Poucos alunos nas faculdades
A previsão era de que 10 mil alunos – dos 80 mil matriculados – voltassem às aulas presenciais nas faculdades e universidades particulares do Estado, mas a frequência foi abaixo do normal.
Na Faesa, ao menos na manhã de ontem, a previsão era de 200 alunos em aula e 10% não compareceram às atividades.
No total do primeiro dia, nos três turnos, a instituição não trabalhou com a previsão de mais de 500 alunos pelo campus.

Na Universidade Vila Velha (UVV), cerca de 15 a 20% dos alunos compareceram às aulas presenciais. Segundo a instituição, a expectativa de retorno para disciplinas teóricas era de 30%, em média.
Já para as disciplinas com práticas que exigem espaços disponíveis apenas na instituição – como laboratório e clínicas – a expectativa era de 80%.
Na Faculdade Multivix, que não informou números do primeiro dia, uma pesquisa interna já havia informado uma baixa frequência: 25% dos alunos pretendem retornar de imediato.
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