Queda de avião soviético apelidado de 'trator voador' na Rússia mata 48 pessoas
Segundo autoridades locais, aeronave desapareceu dos radares enquanto se preparava para pousar e caiu em uma área de floresta densa
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A queda de um avião na região de Amur, no extremo oriente da Rússia, nesta quinta-feira (24) matou todas as 48 pessoas a bordo.
A aeronave, do modelo Antonov An-24, voava de Blagoveschensk para Tinda, uma cidade remota e importante entroncamento ferroviário perto da fronteira com a China. Segundo as autoridades locais, ela desapareceu dos radares enquanto se preparava para pousar e caiu em uma área de floresta densa.
Havia 42 passageiros, incluindo cinco crianças, e seis tripulantes a bordo. Inicialmente, as autoridades divulgaram informações preliminares indicando que o avião carregava 49 pessoas. Posteriormente, o governador da região, Vasili Orlov, confirmou o número exato de vítimas. Ele ofereceu condolências às famílias e decretou três dias de luto oficial.
O avião, fabricado na era soviética e com quase 50 anos de uso, pegou fogo. Um vídeo filmado de um helicóptero e postado nas redes sociais mostrava uma fumaça subindo do local da queda.
Como não há estradas na região, uma equipe de resgate com mais de cem pessoas precisou usar máquinas pesadas para abrir caminho.
A aeronave fazia um voo operado por uma companhia aérea regional privada com sede na Sibéria chamada Angara. O número de cauda da aeronave indicava que ela foi fabricada em 1976 e operada pela companhia aérea estatal soviética Aeroflot antes do colapso da União Soviética em 1991.
Os destroços do avião foram encontrados em uma colina a cerca de 15 km de Tinda.
As autoridades afirmaram que será aberta uma investigação sobre a causa do acidente. O presidente russo, Vladimir Putin, foi informado sobre a queda do avião e está sendo atualizado sobre o caso, segundo o Kremlin. O dirigente da China, Xi Jinping, enviou suas condolências a Putin, segundo a agência de notícias Xinhua.
Apelidados de "tratores voadores", os An-24 movidos a hélice são considerados confiáveis pela indústria de aviação russa e são bem adaptados às condições severas da Sibéria, pois conseguem operar em temperaturas abaixo de zero e não precisam de pistas pavimentadas para pousar.
No entanto, executivos de companhias aéreas, pilotos e especialistas do setor afirmam que o custo de manutenção dos Antonov aumentou após as sanções ocidentais contra o país devido à Guerra da Ucrânia, o que afetou investimentos e acesso a peças.
Companhias regionais estão tentando manter essas aeronaves em operação até que um substituto entre no mercado, já que afirmam não haver alternativa até lá. A produção em massa da nova aeronave Ladoga, da mesma categoria do An-24, só deve começar em 2027.
Os acidentes de avião e de helicóptero são frequentes no extremo oriente russo, uma região pouco habitada e remota, onde muitos trajetos devem ser feitos pelas vias aéreas devido às enormes distâncias.
No final de agosto de 2024, 22 pessoas morreram na queda, em Kamchatka, de um helicóptero do tipo Mi-8. Em agosto de 2021, outro helicóptero Mi-8 com 16 pessoas a bordo, entre elas 13 turistas, caiu em um lago na península de Kamchatka, por má visibilidade. Oito pessoas morreram.
Veja o vídeo
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