Protestos podem levar 100 iranianos a pena de morte
No início do mês, o regime iraniano executou dois homens em conexão com os protestos
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Ao menos 100 iranianos presos ao longo de mais de 100 dias de protestos no país enfrentam acusações puníveis com a morte, afirmou a organização de direitos humanos Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo. Pelo menos 11 deles já foram condenados à morte.
As manifestações populares tomaram conta do Irã desde a morte da jovem curda Jina Mahsa Amini, de 22 anos, sob custódia policial em 16 de setembro. Ela havia sido presa por supostamente violar o rígido código de vestimenta do país para as mulheres.
No início do mês, o regime iraniano executou dois homens em conexão com os protestos, numa escalada da repressão que, segundo ativistas, visa espalhar o medo. Ao todo, 476 manifestantes foram mortos desde o início dos protestos em setembro.
Em um relatório nesta terça-feira (27), o IHR informou ter identificado 100 detidos que correm o risco de serem condenados à morte, sendo cinco mulheres. Segundo a organização, muitos têm acesso limitado à representação legal.
“Ao emitir sentenças de morte e executar algumas delas, eles [as autoridades] querem fazer com que as pessoas voltem para casa”, afirmou o diretor do IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam.
“Tem algum efeito, mas o que observamos em geral é mais raiva contra as autoridades”, disse Amiry-Moghaddam, que afirma ainda que “a estratégia (do regime) de espalhar o medo por meio de execuções falhou”.
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