Escândalo de abuso sexual na Igreja Católica dos EUA
Relatório aponta que 1.997 menores foram abusados sexualmente por 450 pessoas, em quase sete décadas no estado de Illinois
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Um relatório divulgado ontem aponta que cerca de 2 mil menores de idade foram abusados sexualmente por mais de 450 pessoas ligadas à Igreja Católica em quase sete décadas no estado de Illinois, nos EUA.
Trata-se de um número quatro vezes maior que o divulgado em 2018, quando o governo iniciou a investigação, segundo o jornal americano The New York Times.
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Os crimes foram cometidos desde 1950 nas seis dioceses do estado, segundo o documento de quase 700 páginas divulgado pelo procurador-geral de Illinois, Kwame Raoul. O relatório acrescenta 149 nomes à lista de abusadores que as próprias escolas religiosas já haviam identificado na investigação.
O relatório acusa padres, funcionários de igrejas e os chamados irmãos religiosos, que prestam contas principalmente a ordens independentes. Os suspeitos foram identificados pelas vítimas em depoimento às autoridades. Os investigadores também revisaram mais de 100 mil páginas de arquivos que eram mantidos pelas dioceses e entrevistaram líderes das instituições e seus representantes.
Ao menos 1.997 pessoas teriam sido abusadas. Um dos casos mais notórios envolve o padre Thomas Francis Kelly, que teria cometido o crime com 15 vítimas de 11 a 17 anos em várias paróquias nas décadas de 1960 e 1970.
Uma delas contou às autoridades que tinha só 11 anos quando o homem o convidou para passar a noite na casa paroquial. Na madrugada, o menino foi acordado pelo padre fazendo sexo oral.
Segundo o relatório, o religioso foi transferido várias vezes de paróquia, o que indica que outras pessoas sabiam dos crimes. Ele morreu em 1990, aos 53 anos.
O escândalo nos EUA é mais um capítulo de uma série de denúncias relacionadas a crimes sexuais contra pessoas ligadas à Igreja Católica em vários países.
Bolívia
Na segunda, autoridades da Bolívia anunciaram a abertura de uma investigação para determinar se funcionários da instituição devem ser responsabilizados também por envolvimento em casos de abuso sexual infantil.
A força-tarefa no país andino foi organizada após vir à tona o caso do padre espanhol Alfonso Pedrajas. Ele coordenou escolas jesuítas em comunidades bolivianas e admitiu em um diário ter abusado sexualmente de dezenas de menores de idade na década de 1970. O padre morreu de câncer aos 62 anos em 2009, e o escândalo foi revelado pelo jornal El País em abril.
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