Hora extra
Um acordo firmado pela Defensoria Pública com o governo, sobre o auxílio emergencial, causou discórdia dentro da instituição. Criado como uma ferramenta de contato direto com o Ministério da Cidadania, o convênio foi visto como uma tentativa de aproximação do atual defensor-geral, Gabriel Faria Oliveira, a Bolsonaro.
Ele tenta a recondução no fim deste mês. Ontem, uma enxurrada de 40.768 processos de reconsideração de benefícios negados inundava a Defensoria.
Onda
O acordo foi firmado em 15 de novembro, por iniciativa da Defensoria, para acelerar a revisão de pedidos negados. Dias depois, Onyx Lorenzoni disse na TV que os que tiveram solicitações recusadas deveriam procurar a DPU. Em um dia, a unidade de São Paulo registrou 10 mil pedidos. Reclamações chegaram até em e-mails dos defensores. A inundação alimentou a oposição interna a Gabriel, que nega aproximação com Bolsonaro.
Regra
Entre os defensores, há ainda dúvidas sobre a legalidade do acordo. Por este argumento, a Defensoria estaria excedendo suas funções ao ajudar a determinar, por meio do convênio, quem tem acesso ao benefício.
Liberado
O órgão, porém, informa que parecer técnico concluído na última quinta, afirma que “não há qualquer desvio de finalidade ou de função dos membros decorrente da execução do objeto do acordo” e que se trata de uma “esolução colaborativa” em linha com a missão da instituição. O documento é assinado pelo assessor jurídico Wagner Ramos Kriger.
Bairro
O anúncio da abertura do comércio e dos serviços no Distrito Federal para os próximos dias, a despeito do aumento de casos de Covid-19, incomodou o governador Ronaldo Caiado (DEM), do vizinho Goiás, que voltou a fechar os estabelecimentos no seu estado. Ele tentou conversar com Ibaneis Rocha (MDB) na última quinta, mas não teve sucesso. Recebeu como resposta que o governador do Distrito Federal tinha ido para a fazenda.
Muro
“Essa situação vai fazer com que o entorno de Brasília (que é território goiano) tenha um crescimento ainda maior no número de contaminados. Enquanto eu estou segurando, com revezamento de 14 por 14 (dias abertos e dias fechados), ele está liberando geral? Não tem como Goiás suportar isso”, disse Caiado.
Amigas
Presidente do Fundo Social de São Paulo, a primeira-dama Bia Doria recebeu Val Marchiori no Palácio dos Bandeirantes para uma entrevista divulgada nas redes sociais da socialite na última quinta-feira. Na conversa, a mulher do governador João Doria (PSDB) diz que não se deve dar marmita para os moradores de rua porque eles têm que se conscientizar de que têm que sair da rua, um local que hoje, segundo ela, é confortável para eles.
Consciência
“As pessoas que estão na rua... Não é correto você chegar lá na rua e dar marmita, porque a pessoa tem que se conscientizar de que ela tem que sair da rua. A rua hoje é um atrativo, a pessoa gosta de ficar na rua”, diz Bia Doria. Em nota ao Painel, a primeira-dama diz que as falas foram tiradas de contexto.
Guarde
O juiz Itagiba Catta Preta Neto arquivou ação popular movida pelo deputado Ivan Valente (PSOL) e pelo advogado Marivaldo Pereira que solicitava que o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub fosse impedido de assumir cargo no Banco Mundial.
Papel
Catta Pretta diz que a ação parte da indignação dos autores e de reportagens de veículos de imprensa e postagens em redes sociais “na suposição de que reflitam a realidade”. “Patrulhamento ideológico não é papel do Poder Judiciário”, afirma o juiz, que se tornou conhecido em 2016 ao suspender a posse de Lula na Casa Civil.
Mais tarde
A representação em que o ex-presidente Lula acusa Deltan Dallagnol e membros da Lava a Jato em Curitiba de abuso de poder pela entrevista do powerpoint, em 2016, foi retirada da pauta do Conselho Nacional do Ministério Público da próxima semana. A mudança foi a pedido do relator, Marcelo Weitzel, que disse querer evitar “tumultuar a sessão” com “processo volumoso”. Com isso, afirma que remarcou para a primeira sessão de agosto.
Tiroteio
“Aos que tanto culpam a corrupção como o que nos trouxe até aqui, eis a verdadeira corrupção. A da alma.”
De Eduardo Moreira, fundador do Somos 70%, sobre a fala de Bia Doria, dizendo não ser correto dar comida a moradores de rua