Avós que Marcam Gerações: Elas Não Envelhecem, Influenciam
As avós de agora não apenas vivem mais, elas vivem melhor
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Era uma vez a imagem clássica da vovó com coque no cabelo, agulhas de crochê nas mãos e cheiro de bolo saindo do forno. Essa cena ainda existe, e é linda, mas, foi ampliada. Hoje, as avós também estão com tênis nos pés, celular na mão, com agenda cheia, fazendo ginastica liderando negócios e, ao mesmo tempo, sendo presença forte e afetiva na vida dos netos. As avós de agora não apenas vivem mais, elas vivem melhor.
Segundo dados do IBGE, a expectativa de vida da mulher brasileira já ultrapassa os 80 anos. Isso significa que uma mulher que se torna avó aos 50, - que é o meu caso-, tem, em média, mais de 30 anos de vida ativa pela frente. É tempo suficiente para viver muitos papéis, e um dos mais poderosos é o de influenciar novas gerações com sabedoria, leveza e muito amor no coração.
Na maioria dos lares brasileiros, principalmente nas grandes cidades, os avós assumem papéis fundamentais na rotina das crianças. Um levantamento da Fundação Perseu Abramo mostra que cerca de 33% dos avós ajudam diretamente na criação dos netos, seja financeiramente ou no cuidado diário. Mas para além do suporte prático, o impacto emocional, educacional e cultural que essas mulheres exercem é imensurável.

As avós modernas estão conectadas. Acompanham o crescimento dos netos nas redes sociais, participam das reuniões escolares, frequentam cinemas e shows ao lado deles, compartilham memes no WhatsApp e até dão dicas de carreira. São companheiras de viagem, confidentes e conselheiras, muitas vezes mais abertas e acolhedoras que os próprios pais. Elas oferecem o colo que acalma, a escuta que não julga e o olhar que enxerga além.
E o mais bonito: fazem isso sem abrir mão de si. Muitas delas estão em sua melhor fase, empreendendo, viajando, estudando, cuidando da saúde física e emocional. São mulheres que souberam se reinventar com o tempo, que quebraram tabus sobre envelhecer e que não aceitam mais a ideia de que ser avó é sinônimo de ficar à margem. Pelo contrário é estar no centro da vida, com orgulho, energia e influência.
Essa presença ativa na educação dos netos cria um elo que atravessa gerações. Ao contarem histórias da família, transmitirem valores, ensinarem a lidar com as emoções e mostrarem que é possível envelhecer com graça e coragem. Somos uma nova geração de avós. Plantamos sementes que florescem no comportamento, nas escolhas e na sensibilidade das crianças, criando vínculos afetivos profundos com elas.
Ser avó, hoje, é um privilégio e também uma missão. Uma missão de continuar ensinando, mesmo sem a rigidez da autoridade materna. De continuar cuidando, mas com a sabedoria de quem já entendeu que a presença vale mais do que a perfeição. De continuar inspirando, porque os netos, mais do que nunca, precisam de boas referências femininas.
Por isso, nesta coluna, meu convite é à celebração: vamos honrar essas mulheres que não envelhecem, influenciam. Que não param, que continuam. Que não apenas cuidam, mas, ajudam a transformar. Avós que são escola de vida, porto seguro e farol aceso no caminho de tantas gerações.
Sim! Merecemos aplausos, reconhecimento e o mais profundo respeito. Porque, por trás de cada neto seguro, criativo e cheio de valores, há, quase sempre, uma avó extraordinária ajudando a moldar este novo mundo.
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