Por que Renato Paiva foi demitido mesmo com vitória heroica sobre o PSG no Mundial? Entenda
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O Botafogo viveu uma epopeia ao derrubar o Paris Saint-Germain, pela fase de grupos do Mundial de Clubes. Exatamente uma semana depois, a queda para o Palmeiras, nas oitavas, foi estopim para a demissão de Renato Paiva. A decisão vem junto de um novo posicionamento de John Textor em relação aos clubes da Eagle Football Holdings.
O norte-americano é acionista majoritário da empresa e renunciou ao seu cargo de dirigente do Lyon, da França, diante de uma crise financeira e administrativa. Foram nomeados novos CEO e presidente (Michael Gerlinger e Michele Kang, respectivamente). Além disso, Textor negociou a participação da Eagle no Crystal Palace.
O empresário se volta, então, ao Botafogo. A demissão de Paiva seria fruto de um descontentamento da postura defensiva do time montado pelo português, não apenas contra o Palmeiras, mas desde que chegou.
Renato Paiva teve de recuperar o time, mas não obteve a mesma consistência que sem antecessor. A demora para o começo do trabalho fez com que o time campeão da Libertadores e do Brasileirão em 2024 perdesse a memória tática construída com Artur Jorge. Foram 55 dias em que a equipe ficou sem técnico. O futebol ofensivo, desejo de Textor, nunca se consolidou.
O português se disse surpreso com o fim do ciclo. “Não quero falar no momento, haverá o tempo adequado para isso. Só posso dizer que estou chocado, e os funcionários e jogadores estão de boca aberta com a decisão“, comentou à TV Globo.
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O próprio técnico, porém, sabia o que Textor queria. Ele revelou que o empresário fazia indicações sobre como o time tinha de jogar. “Interferir na escalação, diretamente, comigo não. Ele não gostava de algumas opções, transmitia aos diretores. Não gostar é legítimo. Mas dizer ‘jogue este ao invés deste’, não. Isso nunca fez, nem tinha hipótese’”, falou Paiva ao jornalista Paulo Vinícius Coelho, em coluna do UOL.
Agora, o clube carioca busca o sétimo treinador sob a gestão de Textor, que tem média de um novo comandante a cada 181 dias, aproximadamente seis meses.
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