Por que o estado de saúde de Schumacher é mantido em sigilo pela família? Entenda
Ex-piloto esquiava nos Alpes Franceses quando caiu e bateu a cabeça em uma pedra, resultando em uma lesão cerebral quase fatal
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Pouco mais de 11 anos depois do grave acidente de esqui sofrido pelo heptacampeão mundial de Fórmula 1 Michael Schumacher, as informações sobre o estado de saúde do ex-piloto alemão continuam sendo motivo de muita polêmica e mistério.
A família de Schumacher fica ausente da vista do público desde a tragédia, ocorrida em dezembro de 2013. O ex-piloto esquiava nos Alpes Franceses quando caiu e bateu a cabeça em uma pedra, resultando em uma lesão cerebral quase fatal.
A opção dos familiares pelo resguardo provoca a curiosidade dos fãs e, recentemente, motivou ações criminais. Nesta quarta-feira, três homens foram considerados culpados em um caso de tentativa de chantagem contra a família de Schumacher. Os envolvidos no episódio exigiram 15 milhões de euros (pouco mais de R$ 89 milhões) para evitar a divulgação de material sigiloso.
A família Schumacher foi ameaçada com a publicação do material privado na darknet. O Ministério Público disse que cerca de 900 fotos e quase 600 vídeos da família e os registros médicos digitalizados de Schumacher foram confiscados dos acusados. Um disco rígido continua desaparecido.
Um tribunal distrital em Wuppertal, cidade localizada na região oeste da Alemanha, condenou o principal réu a três anos de prisão, enquanto seu filho recebeu uma pena de seis meses, que só será efetivada caso volte a violar a lei, e uma multa de 1.200 euros (aproximadamente R$ 7 mil), informou a agência de notícias DPA. O principal réu tinha condenações anteriores.
Outro réu, um ex-segurança da família, foi condenado a dois anos e uma multa de 2.400 euros (algo em torno de R$ 14 mil) por ajudar e encorajar os outros dois homens. Sua pena também só será cumprida em caso reincidência. A juíza Birgit Neubert disse que o ex-segurança fez a contribuição mais significativa para o crime por meio de sua quebra de confiança, ainda segundo a DPA.
Representando a família Schumacher, o advogado Thilo Damm disse que a família apelará no caso contra o ex-segurança, contra quem eles queriam uma pena de prisão maior. Enquanto os outros dois réus confessaram as acusações, o advogado do segurança negou qualquer tipo de envolvimento e exigiu uma absolvição. Ele disse que seu cliente não havia roubado os dados confidenciais.
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No final de 2023, o advogado da família Schumacher para assuntos envolvendo a imprensa, Felix Damm, concedeu uma entrevista para o portal alemão LTO (Legal Tribune Online) em que esclareceu alguns pontos envolvendo os motivos que fizeram os familiares do ex-piloto ocultarem do público e da mídia informações sobre o estado de saúde do heptacampeão.
“(Disponibilizar um relatório concreto sobre a saúde de Schumacher) Sempre foi uma questão de proteger coisas privadas. Claro, discutimos muito sobre como isso é possível. Então também consideramos se um relatório final sobre a saúde de Michael poderia ser o caminho certo para fazer isso. Mas isso não teria sido tudo e teria de haver ‘boletins instáveis’ constantemente atualizados. Porque, como afetados, não cabe a vocês acabar com a mídia. Eles poderiam retomar esse relatório repetidas vezes e perguntar: ‘E como é agora?’, um, dois, três meses ou anos após o relatório. E se quiséssemos então tomar medidas contra esta denúncia, teríamos de lidar com o argumento da autoexposição voluntária”, explicou Damm.
O advogado menciona a questão da “autoexposição voluntária”, porque este foi um tema recorrente nas batalhas jurídicas que a família Schumacher travou para impedir a divulgação de determinados conteúdos sobre o estado de saúde do alemão. Ele se refere ao fato de que a própria família, acompanhada de médicos, deu publicidade a informações sobre o ex-piloto da Ferrari logo após o acidente.
“Em princípio, ninguém pode reivindicar a privacidade de fatos que eles próprios tenham divulgado voluntariamente ao público. Neste contexto, a jurisprudência fala da auto-abertura da esfera privada. É por isso que tivemos de lidar repetidamente com o argumento da ‘autoexposição’ em processos judiciais. No final das contas, ficou provado que estávamos certos. Decidiu-se que as declarações na conferência de imprensa eram tão genéricas que não deveriam ser feitas especulações sobre o estado de saúde. Além disso, era questionável se as informações seriam fornecidas voluntariamente quando solicitadas por centenas de jornalistas que cercaram o hospital durante dias”, afirmou Damm.
O advogado também disse compreender que os fãs de Schumacher queiram ter notícias sobre o alemão. “Naturalmente. Mas também acredito que a grande maioria dos torcedores consegue lidar bem com isso e também respeitar o fato de o acidente ter desencadeado um processo em que o abrigo privado é necessário e agora continuará a ser respeitado”, afirmou.
Damm também apontou para aqueles que têm repassado para a imprensa informações sobre o estado de saúde de Schumacher, como Jean Todt e Georg Gänswein, que comentaram a situação nos últimos anos. Para o advogado, mesmo amigos e pessoas próximas podem ser processadas caso tornem públicas questões privadas.
“Se não é a pessoa em causa que está agindo, mas sim amigos ou conhecidos que divulgam informações privadas, este não é um caso de ‘autoexposição voluntária’ da esfera privada. A pessoa afetada pode, portanto, defender-se contra a divulgação de circunstâncias da vida privada, mesmo que a informação provenha de conhecidos”.
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