Gilberto Silva exalta campanha brasileira no Mundial: ‘Não poderia ter sido melhor para o País’

O desempenho dos clubes brasileiros no Mundial de Clubes foi motivo de celebração para Gilberto Silva, ex-jogador da seleção e membro do Grupo de Estudos Técnicos (TSG) da Fifa. Para o pentacampeão, os resultados conquistados por Botafogo, Palmeiras, Flamengo e Fluminense nos Estados Unidos representam mais do que boas campanhas: sinalizam um ganho de autoestima e confiança para o futebol brasileiro.

“Essa competição não poderia ter sido melhor nesse sentido, primeiro para mostrar que nós temos qualidade, sim. Não só dentro de campo, mas no comando também, na parte técnica de cada equipe”, afirmou.

Gilberto acredita que o torneio serviu como um termômetro importante, principalmente em um momento de críticas no cenário nacional. “Há muita desconfiança no geral. Dúvidas sobre se estamos no caminho certo ou não. Independentemente dos que já saíram da competição, eles fizeram uma ótima primeira fase”, disse.

Segundo Gilberto, o Mundial oferece uma oportunidade rara para os clubes brasileiros se compararem, na prática, aos principais times do futebol mundial. “É uma chance de ver em que nível estamos. Agora eles estiveram contra aqueles que fazem parte do melhor futebol do mundo, que é o europeu.”

O ex-jogador também destacou o valor da experiência fora das quatro linhas. Para ele, participar de uma competição internacional vai além do campo: “É uma oportunidade de revisar o trabalho que está sendo feito, não só na parte técnica, mas na direção de cada clube. Pois eles também tiveram a oportunidade de interagir com o mundo inteiro, fazer network e ver o que está sendo feito fora do país.”

Na análise tática dos brasileiros, Gilberto elogiou o desempenho das equipes e destacou a diversidade nos estilos de jogo: “Cada um tem a sua identidade, seu estilo próprio de jogar. Você tem que procurar cada vez se fortalecer dentro da sua própria identidade e melhorar em aspectos táticos, físicos e técnicos, mas cada um dentro do seu estilo.”

Sobre o Botafogo, que venceu o PSG, destacou a consistência defensiva e a eficiência dos atacantes Artur e Igor Jesus, atuando mais abertos para explorar os espaços. No Fluminense, destacou o estilo implementado por Renato Gaúcho. “É um jogo de bastante toque de bola que vem conseguindo os resultados.”

Em relação ao Palmeiras, ressaltou a habilidade do elenco de Abel Ferreira de roubar a bola no ataque adversário. “É uma equipe que sabe se fechar muito bem, mas ao mesmo tempo tem um poder muito forte de contra-ataque. Sabe atacar com jogadores de qualidade. Não só os 11 titulares, mas também os que estão no banco. Isso é importante em uma competição como essa.”

O Flamengo também foi citado com destaque. “A equipe teve uma estratégia muito boa. Uma posse de bola com muita qualidade, um jogo bonito de se ver. O time foi eliminado para um grande europeu, o Bayern. Não é nada absurdo.”

Gilberto também acredita que a torcida pelo Brasil precisa ir além do clubismo. “Talvez muitas pessoas ainda puxem pelo lado bairrista, clubista, o que é natural. Mas é importante entender o valor de termos aqui representantes brasileiros competindo. Foram quatro brasileiros aqui. Tivemos nesta edição 12 clubes europeus, o que é a maioria. Então nós temos uma inferioridade numérica e, quando vemos nossos brasileiros avançando, isso é sensacional.”