Decisão do Carioca: final de convictos
No comando da dupla Fla-Flu na decisão deste domingo, Vítor Pereira e Diniz têm em comum o traço marcante de não abrir mão de suas ideias
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A final do Carioca terá holofotes voltados para os técnicos Fernando Diniz e Vítor Pereira, que sabem que terão alvos em suas costas assim que o árbitro Bruno Arleu de Araújo apitar o início do clássico entre Fluminense e Flamengo, neste domingo (09), às 18h.
Apenas um poderá soltar o grito de campeão. Mas se estão de lados opostos no Fla-Flu, os dois compartilham um traço marcante de suas personalidades: o fato de não abrirem mão de suas convicções.
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São figuras singulares sobre aquilo que entendem de futebol, mesmo que desagradem parte dos torcedores. Quem conseguir impor melhor aquilo que acredita, sairá com a taça nas mãos.
A vantagem está com Vítor Pereira, já que o Flamengo venceu o primeiro jogo por 2 a 0. O rubro-negro pode até perder por um gol de diferença que ficará com o título pela 38ª vez. O que não garante a permanência do português. O Fluminense precisa vencer por três gols se quiser conquistar seu 33º Carioca no tempo regulamentar, ou dois para levar aos pênaltis.
Buscar esse placar demandará ousadia do lado tricolor, o que combina com Diniz. Vivendo o seu melhor momento no Flu, o treinador vive um dilema: o mesmo futebol ofensivo que o coloca em condição de ser campeão e agrada a quem vê, é também o calcanhar de Aquiles em decisões devido ao alto risco assumido. Não passa pela sua cabeça mudar o estilo, mas quem acompanha o treinador sabe que ele está mais maduro. Quanto mais equilíbrio entre ousadia e segurança, mais se aproxima da taça.
“Na vida temos que tomar riscos. Quantas vezes cheguei aqui sem ganhar e defendi as posições de o time ter coragem para jogar, ter alma, ser voluntarioso e entregue ao torcedor, caso o resultado não venha, mas que eles sintam orgulho do time. Independentemente se o título não viesse, tenho certeza que o torcedor reconheceria um time que luta”, afirmou Diniz, após a conquista da Taça Guanabara.
Diniz mira seu primeiro grande título como treinador. Além da Taça Guanabara, ele já faturou a Copa Paulista de 2009 e a Série A3 do Campeonato Paulista com o Votoraty, além de repetir o feito na Copa Paulista em 2010, com o Paulista de Jundiaí. Hoje, ele não estará à beira do gramado por ter sido expulso no jogo de ida - o auxiliar Eduardo Barros comanda a equipe.
Para a partida, o técnico do Flu repete o que foi feito por Vítor Pereira e não dá pistas sobre quem irá começar jogando. Até por ter bastante problemas. Samuel Xavier, também expulso na ida, deve ser substituído por Guga. Vitor Mendes, Felipe Melo e David Braz disputam vaga na zaga.
Nem mesmo a vantagem de dois gols tem aliviado o ambiente do técnico português. Diferentemente de Diniz, Vítor Pereira não é cobrado pelos riscos, mas por um estilo de jogo que não combina com o que o Flamengo utiliza historicamente. O técnico banca o uso de três zagueiros e outras escolhas controversas, mesmo que barre medalhões. Se der certo, sairá com moral novamente. Se der errado, será criticado e tem a continuidade ameaçada.
Vítor Pereira tem no primeiro título pelo Flamengo a salvação, caso contrário sua cabeça estará a prêmio.
O Flamengo só antecipou a volta de Bruno Henrique. O plano era ter o jogador no início do Brasileirão, mas a vontade do atleta e a condição física pesaram para ele ser relacionado contra o Fluminense, após quase 300 dias fora.

Marcelo titular e Vidal no hospital
O Fluminense terá Marcelo novamente como titular no clássico com o Flamengo, hoje, pela final do Campeonato Carioca. Fernando Diniz terá uma novidade no Maracanã.
Depois de estrear como titular na Libertadores, Marcelo será mantido na lateral-esquerda e Alexsander como volante para o segundo jogo da final.
Na partida de ida, na vitória rubro-negra por 2 a 0, o veterano foi relacionado pela primeira vez, mas ficou apenas no banco de reservas. Com a lesão de Martinelli, o jovem da base foi deslocado para o meio-campo, abrindo espaço para o ex-Real Madrid.
Pelo lado do Fla, Arturo Vidal deve ser desfalque. O chileno deu entrada em um hospital apresentando edema, dores e infecção no cotovelo esquerdo.
Vidal chegou ao hospital na zona oeste do Rio no início da madrugada de ontem, pouco antes de 1h. O chileno alegou ter iniciado o quadro de dores na região há 48 horas.
Ele foi tratado com medicação para trato respiratório, infecções na pele, nos ossos e no sistema urinário. O tratamento, porém, não fez efeito. Ele continuou tendo piora progressiva e, por isso, passou a noite no hospital, onde ficará para seguir o tratamento.
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