Tite faz escalação inédita para o 1º jogo do Brasil
Com Vini Junior de titular, Seleção Brasileira terá uma escalação inédita na estreia do Mundial do Catar, diante da Sérvia
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Está chegando a hora do Brasil entrar em campo na Copa do Mundo do Catar e a Seleção Brasileira terá novidades para a estreia amanhã, às 16 horas (horário de Brasília), contra a Sérvia, no estádio Lusail, pela primeira rodada do Grupo G.
A Seleção terá uma escalação inédita, com quatro atacantes, sendo que Neymar desempenhará um papel de criação, tendo liberdade para recuar e ajudar na preparação de jogadas.
As escolhas do técnico Tite passam pela titularidade de Vinicius Jr, que ocupará a ponta esquerda do ataque, deslocando Lucas Paquetá para o meio-campo, ao lado de Casemiro. Sendo assim, o volante Fred começará no banco de reservas.
Assim, o Brasil terá um time mais ofensivo e com um quarteto de ataque com qualidade. Neymar vai atuar atrás do centroavante, ajudando na criação das jogadas e com menos obrigações defensivas. Richarlison deve jogar centralizado, enquanto Raphinha e Vinicius Jr vão jogar pelos lados.
Na vitória por 3 a 0 sobre Gana, em setembro, Tite adotou equipe parecida, porém com laterais diferentes. Na ocasião, Éder Militão e Alex Telles foram os titulares.
Ao longo da atual sequência de 15 jogos de invencibilidade, iniciada em setembro do ano passado, a Seleção teve Fred como titular em nove partidas. Porém, o atleta virou reserva do Manchester United nessa temporada.
Já Lucas Paquetá começou apenas duas partidas como segundo volante - a última contra a Tunísia, em amistoso realizado em setembro. Na terceira rodada das Eliminatórias, em novembro de 2020, ele atuou dessa forma no segundo tempo do jogo contra a Venezuela. O mesmo ocorreu na etapa final do duelo contra a Colômbia, em novembro de 2021.
A formação com dois atacantes pelos lados foi usada nesse período em seis ocasiões, sendo que em cinco delas foram escalados Vini Junior e Raphinha, exceto contra o Chile, quando Antony jogou.
Porém, em duas dessas vezes Neymar atuou como falso 9, o que está descartado por Tite por ora.
Desde o início da preparação para a Copa, na semana passada, a comissão técnica brasileira vinha dando indícios que utilizaria dois pontas. Nos treinos, Paquetá também atuou pelo centro, na mesma posição em que concorrem Bruno Guimarães e Fred. Porém, em nenhum dos trabalhos abertos à imprensa Tite mostrou a escalação.
Ontem, o técnico fechou o treino aos jornalistas. Já hoje, véspera da partida, apenas o aquecimento poderá ser assistido e filmado. Antes desse último trabalho, o técnico Tite e o zagueiro Thiago Silva concederão entrevistas coletivas, às 9h30 (horário de Brasília).
Trauma
Foi por volta de 2015, quando tinham entre 14 e 15 anos, que Vini Jr., Antony, Rodrygo e Gabriel Martinelli começaram a receber os primeiros ensinamentos mais complexos sobre a parte tática do futebol. Na época, já haviam passado do primeiro estágio da formação de um jogador, o mais focado nos fundamentos do jogo: finalizações, passes e cruzamentos. Estavam prontos para dar o passo seguinte nas categorias de base de Flamengo, São Paulo, Santos e Ituano.
Agora são a primeira leva de atletas que chegam a uma Copa do Mundo formados posteriormente à goleada da Alemanha sobre o Brasil na Copa de 2014. De muitas formas, o que são no Catar é uma consequência do 7 a 1 no Mineirão.
A maior derrota da história da Seleção em Mundiais trouxe mudanças às categorias de formação. Definir uma metodologia de trabalho e registrá-la em livros, cartilhas, escolher um esquema tático que seja verticalizado, utilizado pelas equipes em diferentes faixas de idade.
Espanha e Alemanha foram campeões do mundo em 2010 e 2014, respectivamente, e seus trabalhos passaram a servir de espelho no Brasil.
A parte psicológica dos jogadores começou a ser melhor assistida ainda na base, com o investimento nos departamento de psicologia e assistência social.
Os caçulas da seleção no Catar cresceram em um ambiente dividido: de um lado, puristas do futebol brasileiro, de uma ideia que o coletivo serve às individualidades; do outro, entusiastas de uma visão mais europeia, em que os talentos individuais devem estar à serviço do conjunto - melhor exemplo disso são as equipes de Pep Guardiola. Ou a Alemanha de Joachim Löw em 2014, sem grandes craques em termos ofensivos, mas coletivamente muito forte.
Thiago Silva será capitão na estreia
Tite bateu o martelo e Thiago Silva será o capitão da seleção brasileira na partida contra a Sérvia, amanhã, às 16h (horário de Brasília).
O treinador não havia revelado durante a convocação quem ficaria com a faixa. Entretanto, apesar do zagueiro estar confirmado como capitão na estreia, não é possível dizer se o atleta também ficará com a função nas outras partidas ou se haverá rodízio.

Esta é a terceira Copa do Mundo que Thiago Silva será o capitão da seleção brasileira. Em 2018, na Rússia, ele foi um dos que ficaram com a função, já que Tite escolheu mais de um jogador, com o objetivo de dividir responsabilidades e liderança.
Já em 2014, no Brasil, Thiago Silva foi o escolhido por Felipão, mas acabou alvo de muitas críticas pela postura na disputa de pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final. Naquele jogo, o zagueiro chegou a chorar de nervoso, ficando isolado antes das cobranças.
Se entrar em campo como capitão mais quatro vezes, o zagueiro de 38 anos ultrapassa Cafu e Dunga e se torna o atleta a mais vezes ocupar o posto na seleção brasileira em um Mundial.
O jogador do Chelsea está em sua quarta Copa do mundo, sendo o segundo mais experiente da seleção brasileira (Daniel Alves é o mais velho).
Ele e Tite darão entrevista coletiva amanhã, às 9h30 (horário de Brasília), na véspera da estreia.
O Brasil está no Grupo G e, depois do jogo contra a Sérvia, a seleção enfrentará Suíça e Camarões buscando uma vaga na próxima fase do Mundial.
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