Você sabe o que é a Síndrome do Sono Insuficiente?
População sofre com os malefícios de um sono ruim. Noites mal dormidas afetam a saúde e o bem-estar
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A privação do sono acomete mais da metade da população. Cerca de 66% dos brasileiros dormem mal, segundo pesquisa publicada na revista Sleep Epidemiology (Epidemiologia do Sono, em tradução do inglês) em 2022.
De acordo com a pneumologista, especialista em Medicina do Sono e presidente da Associação Brasileira do Sono – regional ES, Jessica Polese, esta deficiência crônica do sono já tem um novo título, “Síndrome do Sono Insuficiente”.
“A síndrome é um estado onde o indivíduo não está obtendo quantidade de sono suficiente regularmente, e as noites mal dormidas afetam a saúde e o bem-estar”, explica.
Motivos não faltam para o aumento do sono insuficiente, como estilo de vida agitado, trabalho noturno, estresse, uso de dispositivos eletrônicos em excesso, má alimentação, entre outros. “Cada pessoa tem requisitos individuais de sono, mas, em média, um adulto saudável precisa de cerca de seis a oito horas de sono por noite”.
“Não ter uma rotina de sono adequada acarreta em diversos malefícios como fadiga constante - sentir-se cansado mesmo após uma noite de sono -; sonolência diurna excessiva - ter dificuldade em ficar acordado durante o dia; dificuldade de concentração - problemas de foco, memória comprometida e dificuldade em realizar tarefas cognitivas; mudanças de humor - irritabilidade, ansiedade, depressão; diminuição do desempenho físico - a privação de sono também pode afetar a capacidade física, o sistema imunológico e provocar doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes, isquemia, entre outras”, ressalta.
A médica também alerta quanto à nomofobia, que é o medo ou ansiedade de estar sem acesso ao telefone celular ou dispositivos móveis. “Esse problema pode levar a diversos efeitos negativos na saúde mental e emocional, e também pode afetar o sono de várias maneiras, causando ansiedade e estresse, podendo dificultar o adormecer e gerando hábitos de sonos irregulares, com o aumento da atividade mental e da insônia”, afirma Jessica.
A nomofobia tem atingido indivíduos cada vez mais jovens, e até crianças, e acaba causando dificuldades para dormir. Segundo Jessica, a insônia e a privação do sono são situações que podem ocasionar as neuroinflamações crônicas, que resultam no envelhecimento e, com o tempo, podem estar relacionadas a doenças como o Alzheimer e Parkinson.
A médica lembra que o sono já é considerado o pilar da longevidade, além da boa alimentação, atividade física, controle de tóxicos, estresse e manutenção dos relacionamentos. Sendo assim, o sono desempenha papel crucial na saúde e na garantia de longevidade.
Dicas para garantir um sono saudável
Mantenha uma rotina de sono: continue mantendo os mesmos horários para dormir e acordar.
Faça atividades prazerosas: leia um livro, beba um chá, desconecte-se da tecnologia, dedique-se a um hobby, escute uma música, relaxe!
Atividades que relaxam a mente e diminuem a ansiedade, como meditação e yoga, também são indicadas.
Deixe o ambiente do quarto propício para dormir: a penumbra propicia condições tranquilas e confortáveis para um sono de qualidade.
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