Anestesias no parto: peridural e raquianestesia
Especialista explica a diferença entre as duas alternativas mais usadas em partos normal e cesárea
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Entre as maiores dúvidas das gestantes, estão as questões relacionadas à via de parto em que nascerá o bebê: os benefícios e os riscos da cesariana e o do parto normal, bem como a dor e a recuperação em cada um deles. É neste cenário que surgem os questionamentos sobre as alternativas para aliviar a dor, por meio das anestesias que buscam tornar o momento do nascimento uma experiência única, segura e agradável para mãe e filho.
De acordo com a médica Viviane Ferrari, anestesista do Grupo Alfa, os principais tipos de anestesia para parto são as anestesias do neuroeixo - a raquianestesia e a peridural.
“A raquianestesia é aplicada na coluna e, geralmente, usada para cesariana. A técnica promove bloqueio sensitivo e motor do abdome e membros inferiores e com retorno da sensibilidade em aproximadamente duas ou três horas”, afirma.
A especialista explica que quando a cesárea é indicada para o bem-estar da mãe e do bebê, a raquianestesia é alternativa mais utilizada. “É uma técnica extremamente segura que proporciona o bloqueio da dor, ao mesmo tempo em que permite que a mãe fique acordada e consciente durante toda a cirurgia”, explica.
A médica acrescenta que, durante a cesárea, a mãe é constantemente monitorada por um profissional anestesista, visando a sua segurança e estabilidade, assim como o bem-estar do bebê.
“Com a raquianestesia, mães que precisam ser submetidas a uma cirurgia de cesárea têm a possibilidade de assistir ao nascimento do bebê e de vivenciar o primeiro contato com o filho, de forma tranquila, consciente e sem dor”, afirma.
Já no parto normal, Viviane explica que é possível recorrer às duas técnicas, de raqui analgesia ou peridural, e até mesmo utilizar as duas anestesias combinadas ou isoladamente. “Neste tipo de parto, a medicação é aplicada em menor quantidade, permitindo que a gestante continue sentindo as pernas”, assegura.
De acordo com a médica, a analgesia peridural também é aplicada nas costas e permite o uso de um catéter, por onde é injetado o anestésico. “Conseguimos administrar a dose adequada de acordo com a evolução do parto e de uma forma contínua, importante para evitar a dor em qualquer intensidade”, explica.
Sobre a escolha dos tipos de analgesia para cada parto, a profissional afirma que a decisão é sempre feita em conjunto com o médico obstetra e o anestesiologista, levando em conta as preferências e condições de saúde da gestante. “A escolha da técnica anestésica precisa ser individualizada, levando em consideração a necessidade materna e o tipo de parto, sempre priorizando a segurança da mãe e do bebê”, reforça.
Saiba mais:
Analgesia Peridural:
A punção é feita na coluna sendo utilizada uma técnica com seringa especial para achar corretamente o espaço peridural.
Nesse local, é inserido um tubo muito fino, o cateter, pelo qual é injetado anestésico local em dose baixa e administrado de acordo com a evolução das contrações.
Em geral, a punção pode ser feita no curto intervalo entre duas contrações, e o anestesiologista orienta sobre todos os momentos até o término do procedimento.
Em 15 minutos, a parturiente já deixa de sentir dores, porém, continua tendo as contrações.
Dessa forma a analgesia peridural pode durar o tempo necessário, permitindo conforto e segurança.
Raquianestesia
A punção também é feita na coluna com uma agulha especifica até atingir o espaço subaracnóideo - mais profundo que espaço da peridural.
Tem efeito instantâneo à aplicação do anestésico local.
É a técnica de escolha durante cesariana, mas pode ser aplicada na fase final do parto normal sendo chamada raqui analgesia.
Pode apresentar efeitos colaterais como falta de ar, queda da pressão arterial, coceiras, frio, dor de cabeça, tremores e náuseas, sendo todos corrigidos pelo anestesiologista de forma efetiva.
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