Nova pagodeira na área!
Aos 22 anos, a carioca Marvvila defende música empoderada que dê voz às mulheres e reúne seus ídolos
Escute essa reportagem

Abram-alas porque tem nova pagodeira na área! Trata-se da carioca Kassia Marvila, a Marvvila, que, “ao som do pagodinho”, vem conquistando seu espaço nesse universo ainda dominado por homens.
Com pouco mais de um ano de carreira no pagode, a artista de 22 anos possui singles que ultrapassam 1 milhão de plays, participou de roda de samba em prêmio com o Grupo Menos é Mais, Ferrugem e Xande de Pilares e gravou música com Ludmilla.
Agora, foca em seu primeiro DVD, “Marvvila na Área”, prestes a ser lançado. Com um pé na tradição e outro na modernidade, a cantora apresenta letras que conversam com as vivências de outras mulheres e aposta na união de seu som com outros ritmos.
A divulgação do trabalho teve início com a empoderada “A Pagodeira”, onde a carioca se aventura num pagofunk cheio de referências de outros artistas – desde os sucessos “Quando a Vontade Bater” e “Oh Novinha”, respectivamente, de PK e Don Juan, até “Deixa Acontecer”, do grupo Revelação, e “Caraca, Muleke!”, de Thiaguinho.
“Quis falar da mulher que vai para o pagode curtir e só volta para casa quando quiser”, explica, ao AT2, sobre a canção gravada ao lado do rapper PK e do MC Don Juan.
Na sexta-feira (4), Marvvila divulga novo single do projeto: a romântica “Vendaval”, com participação do cantor Belo e que chega junto com clipe.

“É a realização de um sonho ver tanta gente boa assim no meu primeiro trabalho audiovisual. Cresci ouvindo essas pessoas”, confessa a revelação do pagode.
A nova parceria vai ficar disponível nas plataformas digitais com um medley que a cantora fez juntando grandes sucessos da MPB: “Quando Fui Chuva”, “Fim de Tarde” e “Palpite”.
“Tem muita sofrência, amor, farra”
AT2 - Quando descobriu que queria ser cantora? Sempre cantou pagode?
Marvvila - Eu canto desde os 5 anos na igreja que a minha família frequenta. Cresci nesse ambiente, cantando e ouvindo muita música gospel. O pagode apareceu para mim na escola. Dois amigos meus levavam o cavaquinho pra aula e a gente fazia uma farra lá!
Quais são as referências musicais em um cenário que ainda há poucas mulheres cantando pagode e samba?
A história do samba é repleta de mulheres importantes, que desbravaram a cena completamente. Por eu ser nova também, gosto de ouvir tudo. Tenho muitas influências do pop daqui e internacional. Então, acabo sendo uma mistura de Alcione com Beyoncé. (Risos)
Tem fé que o pagode feminino vai ter a força que o “feminejo” conquistou? Quer trazer outras mulheres junto com você?
Tenho fé, sim! Acredito que, hoje, a galera está abrindo mais os olhos para as mulheres no pagode. Assim como o sertanejo um dia foi extremamente dominado por homens, o nosso segmento já está começando a olhar pra gente.
Há um público feminino no pagode carente por ouvir letras que conversem com suas vivências?
Eu sempre percebi isso quando subia ao palco. A mulherada canta muito. Acho que elas se sentem bem quando veem outra mulher no palco.
Hoje, recebe muito apoio dos homens do samba. Sempre foi assim ou foi difícil conquistar o seu espaço?
O público do pagode me abraçou demais depois que saí do “The Voice Brasil”. Eu tinha medo de ir para esse gênero, mas meus vídeos começaram a viralizar nessas páginas e eu sempre recebia um retorno muito positivo do público. Achavam diferente e me incentivavam bastante a continuar.
O que o público pode esperar do DVD “Marvvila na Área”?
Pode esperar tudo! Tem muita sofrência, amor, desilusão, farra, medleys bem diferentes e participações incríveis. Trouxe várias referências minhas e artistas de outros ritmos para caírem no pagode comigo.
Já na primeira música do trabalho, “A Pagodeira”, aparece com artistas do rap e do funk. Apesar de ser conhecida como o “novo nome do pagode”, quer transitar por outros estilos musicais também?
Trago todos esses artistas para cantarem no ritmo do pagode para mostrar essa união mesmo. O samba, o rap e o funk são gêneros irmãos, que vêm do povo. A gente vem do mesmo lugar e sonha o mesmo sonho. É uma música que representa bem o projeto como um todo.
“A Pagodeira” é um pagofunk para lá de animado! O funk também te influenciou de alguma forma? Já pensou em transitar entre os dois estilos musicais, como Ludmilla tem feito?
Com certeza, me influencia demais. Amo ouvir e dançar funk. Mas, no momento, quero focar no pagode mesmo.
“Sabe que é um perigo se envolver com pagodeira”. O que queria dizer com essa frase?
Ah, a gente sempre ouve os cantores homens falarem que vão sair para beber, que vão fazer o que quiser, que mulher não manda em homem... “A Pagodeira” é a versão feminina desses pagodes todos. (Risos)
Comentários