Maré Tardia surfa em onda alternativa
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Indie rock, psicodelia e surf music são alguns dos cartões de visita musicais da banda canela-verde Maré Tardia. O grupo, formado em 2019, nasceu com uma proposta: preencher a lacuna de bandas alternativas em Vila Velha.
“Já tinha a ideia de criar um projeto meio surf rock e indie. Sempre gostei desses estilos e não havia bandas assim em Vila Velha, que é uma cidade com um cena com mais bandas de hardcore e punk”, explica Bruno Lozório, responsável por vocais e guitarra base.
Além de Bruno, a banda é Gustavo Lacerda (vocal e guitarra solo) e Matheus Canni (baixo). Juntos, neste ano, lançaram quatro singles: “Maré Tardia”, “Árvores Azuis”, “Linda Estrada” e “Aulus”, faixa que saiu neste mês e está na playlist “Indie Brasil”, do Spotify Brasil.

A coletânea tem quase 390 mil seguidores e reúne artistas como Tagore, BRVNKS, Fresno, Rodrigo Amarante, entre outros artistas. “É a segunda vez que estamos nessa playlist e é algo que nos dá uma moral, um gás para continuar nosso trabalho”, diz Matheus.
Segundo Bruno, a visibilidade da banda aumentou nas redes sociais. “O Boogarins, que é uma banda do País que temos como referência, seguiu nosso perfil no Instagram. Já o Ciro Hamen, criador da página 'O Brasil que Deu Certo', pediu uma camisa nossa”, comemora.
As camisas, citadas por Bruno, estão sendo produzidas e vendidas pelo site da Laja Records, selo capixaba fundado pelo empresário e músico Fábio Mozine. “O Mozine nos apadrinhou. Em uma semana, ganhamos cerca de 90 seguidores”, continua Bruno.
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Agora, a banda se prepara para gravar seu álbum de estreia. Ainda sem nome definido, o trabalho deve sair no início do próximo ano.
Assim como as músicas lançadas até agora, as novas faixas vão ser gravadas de maneira independente pela banda em Guarapari. “O bom disso é que temos o controle de tudo o que está sendo feito”, destaca Matheus.
E, faltando alguns meses para o lançamento, o grupo aproveita a empolgação do bom momento para planejar seus próximos passos.
“Até janeiro ou fevereiro, vamos lançar o álbum. E, antes disso, no verão ainda de 2022, lançaremos alguns singles para preparar o segundo álbum, que planejamos gravar logo”, adianta Gustavo.
“Sons diferentes, de qualidade e de coração”
AT2 Pela segunda vez, vocês estão na playlist indie rock do Spotify Brasil. Acha que isso representa só um bom momento de vocês ou da música feita no Espírito Santo?
Gustavo Um pouco dos dois. A banda realmente está pegando um momento muito bom e, ao mesmo tempo, a música capixaba está evoluindo. Ultimamente, têm surgido tantos artistas novos, como Gastação Infinita. Da última vez que a gente estava na playlist, a banda Rosa Chá estava também.
Matheus Acho que fica, pelo menos na minha cabeça, um desejo de que a galera que nossos conhecidos consigam essa oportunidade. Eleva a moral da cena. Como conhecemos o pessoal que está tocando, sabemos a dedicação que eles têm, mesmo com toda a dificuldade.
Na opinião de vocês, que cena é essa que está surgindo?
Matheus É bem difícil classificar. Porque é uma coisa diferente. Às vezes, os sons das bandas não têm nada a ver uns com os outros.
Gustavo No máximo, o que liga uma banda a outra é que todos são artistas que fazem um som alternativo. Mas sons diferentes e, ao mesmo tempo, de qualidade e de coração. Algo que há muito tempo não se via no Estado.
O Gustavo, além de cantar e tocar guitarra, também atua na parte de produção da banda. Como funciona isso?
Gustavo Quando entrei na banda, tinha um ano e meio que eu estava mexendo com gravação e produção, mas só em casa. Foi algo na tentativa e erro. Quando o Matheus entrou na banda, ele trouxe a bagagem dele também.
Gravam tudo por conta própria?
Bruno Sim. É muito bom, porque gravamos sem gastar nada. Nas faixas que gravamos até agora, íamos no fim de semana e ficávamos 24 horas juntos. A gente ia pra lá toda sexta e voltava no domingo de noite ou na segunda de manhã.
Em dois anos de banda, devem ter composto muita coisa. Vai entrar tudo no álbum de estreia?
Gustavo Quando começamos o grupo, as faixas “Linda Estrada” e “Árvores Azuis” já existiam. Montamos a banda e cada um trouxe sua influência. Em dois meses, tínhamos esboço de umas 30 músicas. Cerca de 10 delas, já tocávamos em show. Hoje, selecionamos nove delas para o álbum. As outras devem sair no 2º disco.
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Há alguma banda no cenário nacional em que vocês se inspiram?
Bruno A banda que nos seguiu na última semana: o Boogarins. Também a banda Triptides.
Matheus Das independentes, Boogarins é uma referência. Para patamar de alcance. Os caras não são mainstream, mas estão sempre fazendo turnê fora e têm muita visibilidade.
E agora com a retomada dos shows presenciais? Vão preparar alguma novidade para as apresentações?
Matheus Na verdade, como estamos focados no álbum e sem baterista, não estamos pensando em apresentações ao vivo. A ideia de fazer shows, que aconteceria com um baterista freelancer, acredito que deva rolar apenas a partir do próximo mês de dezembro.
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