Fernanda Gentil: “Sempre me senti forte para errar até acertar”
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Ela sabe que não chega “no dó sustenido da oitava maior com a plenitude de Marília Mendonça”. Mas inventa moda, arrisca, não tem medo. Então, Fernanda Gentil, durante a quarentena, passou a fazer de tudo em suas redes sociais.
“Sempre me senti forte para errar até acertar”, diz ela ao AT2. O segredo de sua confiança? Ter sua família por perto. “Nunca perdi e nem ganhei nada sozinha. Nos muitos 'nãos' que ouvi, em todas as minhas incertezas, na hora de todas as conquistas, e, em todas as 'invenções de moda', eles estavam do meu lado”.
Agora, em suas redes, Fernanda bate-papo durante a madrugada, lê para a criançada, malha, propõe debates, terapia e jogos. E ela avisa que é competitiva.
No meio de tudo, de repente, seu filho mais novo, Gabriel, invade uma live ou sobe pelas paredes como um menino-aranha e é clicado pela mãe de 33 anos e diverte seus seguidores.
“Quando tenho alguma live, procuro conversar com meu filho, explicar direitinho que é meu novo jeito de trabalhar, que preciso desse tempo, que é como se eu estivesse trabalhando normalmente fora de casa. Aí ele faz cara de um adulto compreensivo e, no meio da live, invade a tela. Ou seja, tudo na mais 'santa paz'!”, conta ela, com muito bom humor, aos risos.
ENTREVISTA | Fernanda Gentil, jornalista “A primeira live na varanda foi minha”
AT2 - Já chegou causando nas redes sociais, com um conteúdo bem diversificado. Como surgiram essas ideias?
Fernanda Gentil - As atividades que lancei no meu Instagram são uma mistura do que eu já fazia, com a vontade de estar ainda mais perto de quem me segue, neste momento tão delicado que estamos vivendo.
Desde o início da quarentena, fiquei pensando em como e o que passaríamos a falar nas redes sociais. O coronavírus era tema certo e urgente, então o primeiro conteúdo foi o Fato x Fake, para abrir mais um canal de informações verdadeiras sobre um assunto tão inédito e importante.
Mas a ideia é que, todos os dias, os Ravesclous (meus seguidores) fossem brindados com algum conteúdo diferente e, acima de tudo, útil de alguma maneira.
Nas suas redes, li que você deveria ter um canal de televisão só seu. O que acha?
(Gargalhadas) Um canal de televisão para mim? Imagina o trabalho! Recebo tudo isso como uma grande demonstração de carinho que me faz muito feliz.
Trabalhar com o público é um desafio diário e muito gostoso, porque agradar a todos é um mundo ideal, mas não é real. Então, me resta fazer tudo como o meu coração manda, com meus princípios e valores guiando cada decisão e projeto.
Como tem sido lidar com as demandas das lives e as da casa? Tudo perfeito por aí?
Nunca foi perfeito, nunca vai ser. Aqui sempre foi de verdade e, no período de quarentena, não seria diferente, né? (Risos) Tem uma palavra de incentivo para a galera se jogar na malhação? Sair do sofá de casa não é uma tarefa fácil...
Acho que o segredo do #tapago é justamente a carga de realidade que ele traz. Desde o início do movimento, eu prego muito isso: tem dias que vai rolar, em outros não vai dar. Não é com tortura, nem neurose e muito menos por estética. O objetivo é se mexer da maneira que der – subindo escada, agachando, correndo, pedalando ou nadando.
O #tapago não é sobre percentual de gordura, mas sim exame de sangue. É para estar bem internamente, cuidar da nossa saúde. Quando eu não pago, eu falo. E aí, quando a gente se identifica, não tem volta, né? Cria-se uma rede de apoio, desabafos e conquistas. Foi isso que a nossa brincadeira virou.
Disse que foi pioneira na história de lives na varanda. Que história é essa?
A primeira live na varanda foi minha e está registrada! (Risos) Em 2016, cantei na varanda do meu condomínio porque sempre ouvia pagode muito alto e cantava com os vizinhos. E o Mumuzinho era um deles! Coincidentemente, agora na quarentena, ele deu show na varanda também. Mas o dele foi de verdade e com talento. Amo o Mumuzinho, a gente se divertiu com o episódio, e, claro, ele reconheceu que eu abri as portas para ele! (Risos)
Ficar só em casa é difícil?
Em tempos normais, sempre foi muito difícil! Sou muito da rua, gosto de encontrar família, amigos, ouvir um pagode, fazer festa em casa. Quando sair não era sinal de risco, eu ficava atordoada com a ideia de ficar em casa. Mas agora sair deixou de ser uma opção para mim.
Infelizmente, essa não é a realidade de muita gente, principalmente os que desenvolvem funções essenciais e não podem ser dispensados.
Sei que sou privilegiada por poder ficar em casa, por isso não tenho o direito de colocar outras pessoas em risco. Vou ficar o tempo que for preciso e seguro.
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