Fenômeno coreano no Oscar

Foi preciso contar com o auxílio de uma tradutora para compreender quem mais discursou no Oscar 2020. Em uma noite marcada por uma zebra histórica, “Parasita” foi o primeiro longa-metragem em língua estrangeira a vencer o prêmio de Melhor Filme, desbancando o favorito “1917”, do britânico Sam Mendes.
Quem agradeceu foi o diretor sul-coreano Bong Joon Ho, visivelmente emocionado e incrédulo por ainda tirar de Sam Mendes, Quentin Tarantino e Martin Scorsese (“O Irlandês”) a estatueta de Melhor Diretor.
“Quando eu era jovem, ouvi que 'o que é mais pessoal é mais criativo'. Essa citação é do Martin Scorsese”, disse ele em seu discurso, aplaudido de pé no Dolby Theatre lotado. “Quando estava na escola, estudei os filmes de Martin Scorsese e já foi uma honra estar indicado junto dele – o que dizer depois de vencê-lo?”, finalizou o coreano, ovacionado.
Em cartaz em Vitória, “Parasita”, uma mistura de crítica social, humor e suspense, levou ainda os troféus de Filme Internacional e Roteiro Adaptado.
“A maior lição que a Academia mostrou ao mundo é que sua vontade de mudar para melhor é real. Nas semanas que antecederam a premiação, alguns votantes, sob condição de anonimato, deram entrevistas a revistas e sites especializados em cinema, não escondendo sua xenofobia e garantindo que o Oscar não deixaria de falar inglês. A realidade mostrou que eram vozes ínfimas, que não fizeram diferença ante o esforço global da organização em alinhar-se com o pensamento que arte não possui fronteiras”, avaliou o jornalista e crítico do UOL Roberto Sadovski.
As categorias de atuação premiaram nomes já esperados: Joaquin Phoenix (Melhor Ator por “Coringa”), Renée Zellweger (Melhor Atriz por “Judy”); Brad Pitt (Melhor Ator Coadjuvante por “Era Uma Vez... em Hollywood”) e Laura Dern (Atriz Coadjuvante por “História de um Casamento”).
Oscar 2020 Os Vencedores



Quer receber as últimas notícias do Tribuna online? Entre agora em um de nossos grupos de Whatsapp