Diddy seguirá preso enquanto aguarda sentença; juiz diz que ele mostrou 'tendência à violência'
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Sean "Diddy" Combs seguirá preso enquanto aguarda para saber qual será sua pena. A decisão do juiz do caso, Arun Subramanian, foi divulgada nesta quarta-feira, 2, horas após o júri considerar o magnata da música culpado em duas acusações de transporte para fins de prostituição.
Ele também enfrentou acusações de tráfico sexual e conspiração para extorsão, mas foi absolvido. Isso foi considerado uma vitória, já que essas acusações poderiam levá-lo à prisão perpétua.
Ao negar a soltura do rapper, Subramanian alegou que o ele demonstrou "desrespeito ao Estado de Direito e tendência a violência." O juiz acrescentou que a fiança foi negada quando ainda não era obrigatória e que ele "não vê razão para chegar à conclusão oposta agora".
A pena máxima de transporte para prostituição é de 10 anos cada acusação, ou seja, Diddy pode enfrentar até 20 anos de prisão. O juiz do caso propôs uma audiência de sentença em 3 de outubro, mas disse que poderia antecipá-la, a pedido da defesa. Foi marcada uma audiência para a próxima terça, dia 8, para tratar do cronograma para a definição da pena.
Defesa de Diddy pediu soltura
Após o anúncio da condenação, mais cedo, o advogado de Diddy, Marc Agnifilo, solicitou que seu cliente fosse solto ainda hoje para retornar para sua casa com sua família. A promotora principal do caso, Maurene Comey, respondeu afirmando que a defesa estava subestimando a gravidade da condenação e reforçou pedido para que o músico seguisse preso.
O juiz então pediu para que a defesa e a acusação escrevessem cartas com suas propostas até às 14h desta quarta-feira. Uma das cartas da acusação foi escrita por Cassie Ventura, ex-namorada do rapper, e o advogado dela, Douglas Wigdor. Os dois escreveram que o rapper "representa uma ameaça provável às vítimas que testemunharam neste caso, incluindo a própria Cassie".
Veja o que mais você precisa saber sobre o caso:
Acusações criminais -Combs foi acusado de duas acusações de tráfico sexual, uma acusação de conspiração para extorsão e duas acusações de transporte para fins de prostituição.
Caso da acusação - Combs foi retratado como o chefe de uma organização criminosa que "usou poder, violência e medo para conseguir o que queria" nas alegações finais do governo. Um promotor disse que Combs usou violência, controle financeiro e ameaças para manipular suas namoradas e levá-las a sessões de sexo fisicamente extenuantes com homens contratados, enquanto ele se masturbava e filmava.
Caso da defesa - Em suas alegações finais, a defesa de Combs disse aos jurados que as provas do governo contradiziam seu caso. O tribunal reconheceu que Combs tinha problemas com violência doméstica e uso de drogas, mas argumentou que a acusação de que Combs era traficante sexual ou líder de uma organização criminosa era "exagerada".
O júri - O painel racialmente diverso de oito homens e quatro mulheres é de Manhattan, Westchester e Bronx, e tem idades entre 30 e 74 anos. Um jurado foi dispensado há algumas semanas, após o juiz constatar que ele havia dado respostas inconsistentes sobre sua residência; ele foi substituído por um dos seis suplentes.
Lembre o caso
Diddy foi preso inicialmente sob a acusação de administrar um esquema criminoso que envolvia tráfico sexual, obstrução da justiça, fraude e coerção. No total, o rapper enfrentou duas acusações de tráfico sexual, duas acusações de transporte ilegal para esquema de prostituição e uma acusação de coerção.
O julgamento começou no dia 12 de maio e entrou em sua fase final na semana passada. Combs escolheu não depor, mas sempre se declarou inocente de todas as acusações desde a sua prisão, em setembro de 2024.
O nome de Diddy já estava associado a polêmicas desde novembro de 2023, quando sua ex-namorada, a cantora Cassie, entrou com um processo civil contra Diddy, encerrado com um acordo de 30 milhões de dólares (mais de R$ 168 milhões na cotação atual).
Ela foi uma das pessoas a depor contra o rapper e afirmou que sofreu violências e abusos durante a relação, além de relatar que as chamadas "freak-offs" - como eram apelidadas as orgias organizadas por Diddy, frequentemente regadas a drogas e álcool - se tornaram parte central da sua vida.
Combs declarou-se inocente, argumentando que as mulheres consentiram com esses freak-offs. Sua defesa havia admitido que ele pode ser culpado de violência doméstica, mas não dos crimes dos quais o governo o acusou.
Além de Cassie, o rapper Kid Cud, a cantora Dawn Richard, outras ex-namoradas do produtor e um ex-assistente, entre outros, prestaram depoimentos. Relembre mais do caso Diddy clicando aqui. (COM INFORMAÇÕES DO THE NEW YORK TIMES)
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