Aventura e perrengues de astros na Amazônia
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Uma grande expedição e um elenco de astros internacionais. E uma conversa sobre alegrias e perrengues em um set de filmagens, que incluem rio revolto, caipirinhas, pão de queijo e berne!
A coletiva de imprensa é sobre “O Hóspede Americano”, de Bruno Barreto, minissérie de 4 episódios recém-lançada na HBO e na HBO Max. Na conversa, estão os americanos Aidan Quinn (“Lendas da Paixão”) e Dana Delany (“‘Desperate Housewives”) e o inglês Chris Mason (“Riverdale”).

Eles vivem, respectivamente, Theodore, Eleanor e Kermit Roosevelt. Na série, Roosevelt vem para a selva brasileira com o filho para explorar o Rio da Dúvida, em Rondônia. A seu lado, Cândido Rondon (Chico Diaz).
Após se declararem fãs do Brasil, os atores confessaram que nem tudo foi pão de queijo e caipirinha durante as filmagens no Mato Grosso. “O maior desafio foi quando estávamos no rio. Tivemos alguns problemas técnicos com os barcos e as coisas ficaram um pouco assustadoras”, lembrou Quinn.
Aos risos, Chris Mason fala sobre sua “aventura” amazônica. Já em São Paulo, uma ferida na cabeça revelou um hóspede indesejável. “Fui para o hospital e era uma larva de mosquito que estava na minha cabeça. Acho que vocês chamam de berne”, contou ele sobre a larva da mosca-varejeira.
“Vi que a minha cabeça estava sangrando”
Conta sobre as experiências de vocês com essa série.
Aidan Quinn Tem muito tempo que eu venho pedindo por algum papel que use todo o meu talento. (Risos)
Não achei que Deus me ouviria tão literalmente. No segundo que eu li o roteiro, pensei: “Essa vai ser a coisa mais difícil que eu já fiz, mas eu tenho que fazer”. É um personagem incrível!
Dana Delaney Eu tenho um longo relacionamento com o Brasil e com o Bruno Barreto. Um de meus primeiros filmes foi produzido pelo Bruno e tinha o Chico Diaz no elenco (“Selva Viva”). Desta vez, adorei o relacionamento de Eleanor. Porque é uma história de amor verdadeira e uma das mais lindas que eu já ouvi.
Chris Mason Eu fiquei sabendo da série, fiz o teste de elenco e consegui o papel. Eu não pude acreditar na minha sorte!
Eram familiarizados com a figura de Rondon?
Aidan Quinn Conheci através do roteiro e nas pesquisas que fiz para o trabalho. Li muitos livros.
Qual foi a cena mais difícil que vocês gravaram?
Chris Mason Nós filmamos durante 40 dias na floresta e, então, fomos para São Paulo. Eu tinha algo na minha cabeça, que coçava bastante. E eu estava louco para tomar uma cerveja. Foi quando eu vi que a minha cabeça estava sangrando, onde coçava.
Aidan Quinn Você viu nada! Eu falei para você que aquele negócio estava esquisito e que estava se mexendo. E disse que você tinha que ir para um hospital imediatamente!
Chris Mason (Risos) Isso.
Dana Delaney Acho que o meu maior desafio foi com o dialeto, a forma como eles falavam era muito diferente de como falamos hoje. E eu comecei a falar daquele jeito inclusive fora do set. Queria que as pessoas ainda falassem assim hoje, porque é lindo.
Aidan, o que mais o surpreendeu em Roosevelt?
Aidan Quinn Esse personagem é surpreendente e um grande presente. Seu amor pela natureza era puro e isso me deixou muito empolgado. Nós podíamos não estar respirando ar puro sem esse homem. O presidente demonstrava um amor puro e verdadeiro pela natureza. Ele percebeu naquela época que teríamos problemas com o meio ambiente. Esse foi um dos maiores personagens da história americana, então foi uma honra e um prazer vivê-lo.
Esperam que essa produção reforce a importância sobre a proteção da Amazônia?
Aidan Quinn Pude trabalhar na Amazônia por seis meses durante “Brincando nos Campos do Senhor” nos anos 1990. E ver as mudanças que aconteceram nesse tempo é realmente deprimente. Quarenta anos atrás, nós começamos a falar sobre mudanças climáticas. Eu estava na escola. E ainda estamos falando sobre isso. Há pessoas que eu conheço que riam quando se falava sobre mudanças climáticas e que hoje veem o que está acontecendo em nossas casas, onde vivemos. Isso não é mais uma questão. É inegável.
Claro que sempre há esperança, mas não acredito que a série trará mudanças tão significativas. Mas é impressionante como a natureza se regenera, desde que ela tenha uma chance.
Estão fluentes em português? E qual é a mensagem da série?
Chris Mason Eu não sou fluente para falar, mas eu entendo bastante. Essa série trouxe a América do Norte para o Brasil. Nos aproximamos, estamos juntos. Para mim, pessoalmente, foi algo profundo. Ter contato com os brasileiros. Me senti apaixonado pela língua, pelos brasileiros e pude voltar ao Brasil depois e fazer um filme brasileiro. Fizemos tantos amigos nesse set... E é isso que vai ficar para mim.
Aidan Quinn Foram grandes experiências e aventuras que jamais vamos esquecer. As pessoas são multiculturais no Brasil. Eu amei trabalhar com os brasileiros e tomara que o público veja na série o quanto nós gostamos.
Dana Delaney E, claro, também adoramos as caipirinhas!
Chris Mason E o pão de queijo! (Risos)
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