Alceu Valença canta clássicos em Vitória
De volta aos palcos, o cantor e compositor apresenta nesta sexta-feira (3) o show “Anunciação - Tu vens eu já escuto os teus sinais”
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“Um calor danado, de verão”. É assim que o pernambucano Alceu Valença, 75, define a boa sensação de estar perto do público novamente.
De volta aos palcos desde setembro, o cantor e compositor chega a Vitória amanhã para apresentação da turnê “Anunciação - Tu vens eu já escuto os teus sinais”, em que mostra a versatilidade de sua obra.
“Nesse show, mostro vários Alceus. Tem o Alceu do frevo, do baião, o urbano, e é uma loucura. Um verdadeiro delírio! Palco, para mim, é vitamina, energia, desestressa. É onde mais gosto de estar”, conta, por telefone, ao AT2.
Para a primeira performance em terras capixabas em dois anos, ele promete um repertório com clássicos como “La Belle de Jour”, “Cavalo de Pau”, “Pelas Ruas que Andei”, “Como Dois Animais”, “Tropicana” e o hino “Anunciação”, que dá nome à turnê.
“Quem deu esse título foi minha mulher, Yanê. Pela primeira vez, ela que escolheu e eu adorei! 'Anunciação' é uma música mágica. E esse é um show de alegria, diversificado”, ressalta.
Clássicos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro também estão entre as canções que serão executado por Alceu ao lado de Leo Lira (guitarra), Tovinho (teclados), André Julião (sanfona), Nando Barreto (baixo), Cassio Cunha (bateria).
“Guardarei as músicas inéditas, lançadas na pandemia, e o formato voz e violão para os próximos shows que estão por vir”, destaca.
ENTREVISTA - “Adoro estrada e fazer show”, diz Alceu Valença
At2 - Após dois anos, retorna ao Estado para show. Como tem se sentido nesse retorno?
Alceu Valença - Adoro estrada e fazer show. Fiz várias lives na pandemia, mas presencial é muito melhor! Já passei por Brasília, Rio Grande do Sul, Rio, Pernambuco e agora estarei em Vitória.
Em 2022, vou com o show em formato voz e violão para a Europa. Vai ser baseado na trilogia de discos lançada na pandemia.
Como foi ver seus números crescerem na internet durante a pandemia?
A coisa mudou toda com a internet. Estamos tocando em tudo quanto é lugar. Minha música tocou nos Emirados Árabes, no Paraguai... foi um pipoco muito grande!
Gosta de internet?
Não me meto nisso, não. Nesse vídeo que viralizou, cantando “La Belle de Jour” e “Girassol”, estamos eu e Paulo Rafael (guitarrista que morreu em agosto). Na visão mundo, esses 194 milhões de visualizações em um vídeo no YouTube são uma gota. Quando falo desses números, é porque é uma coisa inacreditável. Em outra época, isso era impossível de acontecer.
Já tinha ficado tanto tempo fora dos palcos?
Nunca! Cumpri tudo que os profissionais de saúde pediam. Lavo minhas mãos até hoje, evito aglomeração... Por isso que surgiram três álbuns no formato de voz e violão. Em casa, minha mulher é meu público. Ela ficava no quarto vendo filme e eu tocando na sala. E foi ela quem me alertou que estava tão bonito que era bom fazer disco. Fizemos.
São 75 anos de vida, sendo 50 de carreira. E segue cheio de energia. Qual é o segredo?
Sabe quantos passos eu dou por dia? 22 mil! No mínimo, tenho que fazer 10 mil para, no palco, estar com vitalidade, rapidez. Gosto de andar, caminhar pelas ruas do passado, do presente, de subir as ladeiras de Olinda, de andar por Lisboa, pela Avenida Paulista... E, quando estou em Vitória, ando pela orla.
Pensa em lançar novo livro. O que trará nele?
Não vai ser agora. Em tantas viagens, eu até pensei em colocar o nome de “Crônicas Aéreas”, aí depois começou a entrar poesias. Porque, sobretudo, escrevi nessas viagens longas que faço. Ia escrevendo em notas do celular. Escrevia e não olhava. E aí comecei a reler essas crônicas que fiz em 2016 e vi que dava um livro.
Até lancei um livro chamado “O Poeta da Madrugada” e agora vem esse de crônicas, que me faz lembrar de Cachoeiro de Itapemirim.
Por causa de Rubem Braga?
Sim, que é um cronista maravilhoso. Quando era menino, comecei a ler os livros dele porque meu tio Livio me apresentou. Depois, esse mesmo tio e mentor me apresentou Fernando Pessoa. Aí, nessa época, escrevia poemas. Lá pelos meus 17 anos, tinham muitos poemas meus que saíam nos cadernos literários dos jornais. E aí pronto, desde essa época que escrevo.
SERVIÇO
Alceu Valença
O quê: Show do pernambucano
Quando: Sexta-feira (3), 21h30. Abertura dos portões às 20h
Onde: Espaço Patrick Ribeiro, no Novo Aeroporto de Vitória
Ing.: Pista Premium a R$ 70 (meia), Cadeira Prata a R$ 90 (meia) e Cadeira Ouro a R$ 100 (meia). Mesas Bronze, Prata e Ouro esgotadas
Venda: sympla.com.br e WhatsApp 98838-2150 (sem taxa)
Clas.: 16 anos
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