Conselho de Educação quer questões discursivas no Enem
Proposta do Conselho Nacional de Educação prevê alterações no exame para 2024. Mudanças precisam de aprovação do MEC
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As mudanças na educação ocasionadas pelo Novo Ensino Médio, que será implementado a partir do ano que vem, também afetarão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Um relatório aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) traz diversas alterações no exame, desde prova em duas etapas, sendo a primeira com um teste comum a todos e a segunda etapa dividida por áreas profissionais, até questões discursivas.

O texto precisa ainda da aprovação do Ministério da Educação, e as alterações na estrutura do exame estão previstas para 2024.
As mudanças foram divulgadas pela revista Veja, que teve acesso exclusivo ao relatório.
De acordo com o relatório, a segunda etapa do Enem deverá avaliar os itinerários formativos do ensino médio, escolhidos pelos estudantes em suas áreas de interesse.
Sobre as questões dissertativas, o modelo foi traçado após análise de exames classificatórios para universidades utilizados em países como Estados Unidos e Reino Unido.
A comissão do CNE propõe ainda a utilização de Inteligência Artificial para correção do exame.
De acordo com o professor Bruno Brandão, com o Novo Ensino Médio, na prática, os alunos poderão escolher o que estudar e o objetivo é tornar o estudante protagonista do seu aprendizado. “A prova atual do Enem não está alinhada com as propostas do Novo Ensino Médio”.
Diretor do cursinho Homero Massena, Diego Matheus Rodrigues destaca que as alterações propostas são boas, mas ainda precisam ser aprofundadas.
“O Enem ainda é focado em 180 questões. A primeira prova, de 90 questões, de Humanas, Linguagens e Redação está bem pesada, o tempo está curto e não estão sabendo dosar a distribuição das questões. Transformar a prova é importante, e adequar a prova ao Novo Ensino Médio é o ideal”.
Para o educador Fernando Cobe, a formação geral básica, comum a todos os colégios no Novo Ensino Médio, deveria ser a base para o Enem. “Os conteúdos previstos para esta base comum devem ser mínimos, com a matemática utilitária e linguagens, como prioridades, e as bases das ciências da natureza e humanas aplicadas de forma prática, com metodologias ativas e alunos mais protagonistas”.
Modelo traçado com base nos EUA
Enem
- Atualmente o Exame ocorre em dois dias, domingos consecutivos.
- O exame é constituído por quatro provas objetivas e uma redação em língua portuguesa. Cada prova objetiva tem 45 questões de múltipla escolha.
- A prova avalia as seguintes áreas de conhecimento: Linguagens, códigos e suas tecnologias e Redação; Ciências humanas e suas tecnologias; Ciências da natureza e suas tecnologias; e Matemática e suas tecnologias.
Propostas
- Um relatório aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) traz diversas alterações no exame, desde prova em duas etapas, sendo a primeira com um teste comum a todos e a segunda etapa dividida por áreas profissionais, até questões discursivas.
- A primeira etapa seria obrigatória e comum a todos, avaliando principalmente as questões de linguagem, língua inglesa e leitura. A redação também ocorreria nessa fase.
- Já a segunda etapa seria dividida em quatro áreas associadas aos cursos superiores.
Questões discursivas
- O exame traria também questões dissertativas. O modelo foi traçado após análise de exames classificatórios para universidades dos Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido.
- A comissão do CNE propõe ainda a utilização de Inteligência Artificial para correção do exame.
Aprovação
- O texto precisa ainda da aprovação do Ministério da Educação. As alterações na estrutura do exame estão previstas para 2024.
Fonte: Inep e Veja.
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