Trocar gás encanado por botija ou elétrico não vale a pena, diz especialista
Ao usar o fogão, a recomendação do economista é usar produtos com menos tempo de forno
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Diante do aumento de 29% para o consumidor final em janeiro, ele não tem para onde correr, já que o preço do gás de botijão (GLP) e da energia elétrica também sofreram diversos aumentos ao longo do ano. Por isso, não vale a pena substituir.
“Não vai adiantar trocar pelo gás de cozinha, do botijão, ou pelas panelas e fritadeiras elétricas. Tudo está caro, de qualquer forma o consumidor vai gastar muito. O gás natural, apesar do aumento expressivo, é levemente mais em conta que as outras alternativas. O jeito é tentar economizar no consumo”, sugeriu o economista Marcelo Loyola.
Ao usar o fogão, ele recomenda produtos com menos tempo de forno. “Neste Natal, por exemplo, uma opção é substituir o tradicional peru pelo frango, que leva menos tempo para assar”.
Loyola explicou ainda que nos Estados Unidos e na Europa, os fogões elétricos são mais utilizados pois a energia é bem mais barata. “Esses países têm políticas para baratear combustíveis e eletricidade, entendendo que os altos preços freiam o desenvolvimento. Aqui, falta uma política nacional para impedir aumentos desenfreados da Petrobras e Eletrobras.”
Preço do gás sobe no dia 1º e em fevereiro
Como a reportagem de A Tribuna adiantou, o preço do gás natural – o combustível encanado, fornecido pela Petrobras – terá reajuste significativo a partir de 1º de janeiro, com outra alta em vista em fevereiro.
Após negociações da ES Gás, estatal responsável pela distribuição no Estado, esse aumento, que antes seria de 40% para o consumidor, passa a ser de 29%. Ele é consequência da mudança na forma com que a Petrobras calcula o preço do insumo.
O novo aumento, em fevereiro, que ainda não se sabe de quanto vai ser, tem a ver com a variação no valor do barril de petróleo e a taxa de conversão de dólar para real. “Ainda não estamos satisfeitos, continua sendo um reajuste muito alto, mas não restou alternativa. Não podemos deixar faltar gás no mercado”, comentou o presidente da ES Gás, Heber Resende.
Resende explicou que houve propostas de 8 empresas para a venda do gás natural para o Estado, mas apenas a oferta da Petrobras é imediatamente viável.
“As outras sete fornecedoras não conseguem fazer com que o insumo chegue até o Espírito Santo já a partir de primeiro de janeiro. Por isso, acabamos presos à proposta da Petrobras. Inicialmente, a oferta era de um aumento de 300%, que conseguimos reduzir para 40% e, agora, para 29%.”
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