Selic sobe e poupança passa a ficar menos vantajosa
Juro básico subiu em 1,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano, nível mais alto desde maio de 2017. Fundos passam a render mais
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O Banco Central voltou a subir os juros, nesta quarta-feira (2), aumentando a taxa básica Selic em 1,5 ponto percentual, de 9,25% para 10,75% ao ano. É a primeira vez em que dois dígitos são atingidos desde maio de 2017. A oitava alta consecutiva desde março de 2021 volta a influenciar positivamente investimentos de renda fixa.
Com isso, aplicações como Tesouro Selic e fundos DI, por exemplo, terão um rendimento nominal maior a cada mês. Já a poupança seguirá com o rendimento fixo de 0,5% ao mês mais TR (Taxa Referencial, um indicador do mercado financeiro), fórmula que passou a valer após a Selic superar os 8,5%.
Dessa forma, a caderneta se torna menos vantajosa em relação às outras alternativas. Quando se olha para os fundos de renda fixa DI, a estimativa é que a maior parte deles tenha rendimento superior ao da poupança, principalmente aqueles com taxas de administração de até 2% ao ano.
Pelo lado da renda variável, a recomendação são empresas mais consolidadas e com histórico de resultados, como o caso de companhias ligadas à commodities. Para quem quer fugir da volatilidade, setores defensivos como o elétrico e o de papel e celulose também oferecem boas opções.
A analista de investimentos da Rico, Paula Zogbi, destaca que os principais beneficiados pelo movimento de altas da Selic são os títulos pós-fixados.
“Estamos vendo prêmios no IPCA+ muito atraentes e em prefixados, porque vemos a inflação convergindo para a meta nos próximos dois anos enquanto os títulos estão pagando prêmios para uma inflação que não converge para a meta tão rapidamente”, disse Paula.
Os títulos prefixados, que pagam taxas de juros combinadas no momento da aplicação, e os indexados à inflação também são boas opções, mas demandam cautela.
Isso porque, ainda estamos em um ciclo de alta nos juros, então, o investidor pode ficar preso a uma taxa menor enquanto a Selic continua a subir. Há o risco de sair antes de aproveitar o melhor potencial do investimento, como de ficar preso até o final na taxa fixa.
A analista de fixa do TC, Jaqueline Benevides, recomenda aplicações com horizontes mais curtos, pois a expectativa do mercado é que a Selic comece a cair em 2023.
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