Protesto na Receita Federal pode provocar falta de combustível
O alerta foi feito pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, que aponta atraso na liberação de cargas
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A operação-padrão adotada pelos auditores da Receita Federal começou a causar transtornos ao transporte de cargas nos estados, e pode resultar na falta de combustíveis em postos do País, pelo menos em janeiro.
A mobilização dos auditores ocorre desde 27 de dezembro e busca pressionar o governo a regulamentar o pagamento de um bônus de eficiência à categoria. O protesto foi deflagrado após o anúncio de reajuste salarial apenas para servidores das polícias Federal, Rodoviária Federal e do Departamento Penitenciário Nacional.
A informação sobre a possível escassez de combustível foi alertada pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). Em carta enviada diretamente ao Ministro da Economia, Paulo Guedes, a Associação ligou a ação dos auditores da Receita ao atraso na chegada dos combustíveis, que são importados.
Na carta, a Abicom diz que as liberações das cargas importadas, que levam em média um ou dois dias para serem processadas, já estão demorando mais de 10 dias.
“Os atrasos nas liberações provocam maior tempo de armazenamento dos produtos nos tanques dos terminais portuários, gerando aumentos nos custos de armazenagem, bem como, com a retenção das cargas nos tanques dos terminais potencializa-se a falta de espaço para recebimento de futuros navios”, diz trecho da carta enviada ao Ministério da Economia.
Com o atraso na liberação, a Associação prevê a falta de combustíveis ainda para este mês. “Os atrasos nas liberações dos produtos importados reduzirão a disponibilidade e oferta de combustíveis durante o mês de janeiro de 2022”, diz outro trecho.
Estado
Mesmo com o alerta da Abicom sobre a possível falta de combustíveis, o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas Líquidas, Inflamáveis, Gasosas, Corrosivas, Químicas e Petroquímicas no Espírito Santo (Sindliqes), Joceny Callenzane, não crê que o Estado sofra com o desabastecimento.
“A princípio não vejo o cenário de falta de combustível. O que acontece às vezes é alguma atracação de embarcação, o que pode demorar um pouco mais a chegar, mas não deve faltar combustível por conta dessa questão”, disse Callenzane.
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