Produção em Jaguaré de iscas para pescar
Criação de lambaris rosa, conhecidos como piabas, virou referência no Norte do Estado, com 100 mil peixes vendidos por desova
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Foi de olho do mercado e nas oportunidades de consumo que o piscicultor Jonas Domingos, 50 anos, decidiu iniciar a criação de lambaris rosa, também conhecidos como piabas, em Jaguaré. O objetivo era fornecê-los como isca para outros peixes.
O negócio tem dado tão certo que hoje ele vende cerca de 100 mil alevinos por desova e por causa disso virou referência na região Norte do Estado.
Jonas já é conhecido na piscicultura, com mais de 30 anos de experiência no mercado. A nova opção de negócio veio há 4 anos, a partir de uma boa observação, e ele já conquistou clientes nas regiões Norte e Noroeste do Estado, na Grande Vitória e também em algumas cidades da Bahia.
“Comecei após um pedido dos próprios pescadores da cidade. Às vezes o pessoal marcava uma pesca com os amigos, e ninguém pesca aqui no município em nível de comércio, é pesca esportiva mesmo. Aí lembrava, cadê a isca? Não tem. Eu vendo isso e por ser um município agrícola que tem muitas barragens, a maioria das barragens com muitos peixes carnívoros, eu pensei em começar a criar piabas para atender esses pescadores, e comecei”, disse.
A propriedade fica no Córrego Teófilo, no interior de Jaguaré. Para garantir a qualidade dos lambaris é preciso seguir uma série de procedimentos, como, por exemplo, respeitar o período de reprodução da espécie.
“O lambari se reproduz dez meses durante o ano, só não reproduz em junho e julho. Nesse sistema de gaiola que eu uso hoje, você pode usar um macho para uma fêmea, se for em área aberta é de dois a três machos”, disse.
Em média, a taxa de reprodução é de 100 mil lambaris a cada desova da fêmea, um resultado positivo, segundo Jonas.
Além do pescado produzido exclusivamente para isca, o piscicultor também reproduz outras espécies como o tambaqui, tambacu, carpa capim e carpa vermelha, chegando perto de 13 mil peixes. Mas a procura mais intensa, diz ele, tem sido pelos lambaris rosas.
“Começamos a observar que o tucunaré, que é um peixe predador de peixe vivo, se mata quando vê essa piaba rosa por causa da cor dela, então está sendo uma procura muito grande por ela”.
Alternativa ambiental sustentável
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Josimar Piumbini, técnico agrícola
“No Espírito Santo, o cultivo do lambari também representa uma alternativa ambientalmente sustentável, pois permite reduzir a pressão sobre espécies nativas exploradas como iscas.
Com alta taxa de reprodução em ambientes controlados e sistemas de recirculação de água, a produção de lambaris alcança resultados satisfatórios, contribuindo tanto para a preservação quanto para a diversificação das atividades agrícolas locais.
A criação desse peixe é acessível a pequenos e médios produtores, exigindo estrutura simples e proporcionando rápido retorno”.
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