Pesquisa aponta que maioria das pessoas quer mudar de emprego
Em pesquisa realizada por consultoria em RH, 64% dos entrevistados disseram ter essa meta, em busca, por exemplo, de qualidade de vida
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A maioria dos profissionais quer mudar de emprego em 2024. É o que aponta uma pesquisa feita pela empresa de consultoria em Recursos Humanos (RH) americana Robert Half International.
Do total de 1.161 profissionais entrevistados, 64% disseram querer trocar de empresa, mas permanecer na área atual, enquanto 36% pretendem explorar novo campo, setor ou profissão.
Essa é uma tendência que se reflete também no Brasil, segundo o especialista em RH Élcio Paulo Teixeira. A busca pela qualidade de vida é o que mais impulsiona a troca de carreira.
Locais que oferecem modalidades de trabalho em home office ou híbrido, por exemplo, acabam por atrair mais a atenção do público mais novo, ressalta o especialista.
“Há uma busca em dedicar mais tempo à família, amigos, lazer. Após a pandemia, as pessoas começaram a perceber que isso pode ser tirado deles, provocando uma mudança de expectativas”, disse.
Teixeira explica ainda que, na maioria das vezes, esse processo não é algo consciente, sendo decidido com base nas oportunidades que surgem e na sensação de bem-estar ou não no trabalho.
Para segurar esses profissionais que buscam qualidade de vida, ou para conseguir captá-los no mercado, as empresas estão se adaptando e oferecendo um leque maior de benefícios.
“Acesso a academias de ginástica (gympass) e os diferentes tipos de convênios são alguns dos benefícios que são valorizados pelas pessoas”, aponta Teixeira.
O salário, no entanto, não deixa de ser um atributo importante para a decisão, destaca o especialista. Para ele, é uma questão de equilíbrio entre as necessidades.
A ansiedade pela vivência de novas experiências também é destacada como um motivo para o crescimento da busca pela mudança de emprego, afirma a recrutadora e gestora de RH Eliana Machado.
Segundo a especialista, o público entre 28 e 45 anos vem se dispondo mais a mudar de local de trabalho para alavancar a carreira com mais velocidade, tendo pouca paciência para os processos e burocracia.
“É um público que não quer só ouvir ordens, mas ser parte do processo”, afirma.
O custo de tempo e recursos para treinar um novo funcionário, segundo Eliana, acaba forçando algumas empresas a se adaptarem às novas exigências.
Os números
36% das pessoas querem atuar em nova profissão
1.161 profissionais foram ouvidos
Horário flexível para manter talentos
Pesquisa
O levantamento aponta que de 1.161 entrevistados, 64% querem trocar de empresa, mas permanecer na área de trabalho atual.
Os outros 36% dizem pretender explorar um novo campo, setor ou profissão na mudança de emprego.
Os principais motivos são a busca por melhores oportunidades de crescimento, novos desafios, benefícios mais atrativos e trabalho remoto ou híbrido, além de salário mais alto.
O desejo de trocar de área, segmento ou profissão é por realização pessoal, salário mais alto, qualidade de vida, aprender algo e mais flexibilidade.
Mudança das empresas
Para as corporações, as novas exigências criam a necessidade de investirem em políticas claras de trabalho, transparência das lideranças e bons pacotes de benefícios e remunerações para se manterem atrativas e competitivas.
Além do home office, os benefícios ligados ao bem-estar e a saúde também são destacados como valorosos pelos especialistas.
O gympass (academia), o ticket viagem, os convênios de saúde e a flexibilidade de horário são alguns exemplos citados.
Fonte: Jornal Extra, CNN e especialistas
Medo de ser demitido é realidade
Ainda existem profissionais que buscam por uma estabilidade, querendo ao máximo permanecer no emprego e inclusive temendo serem demitidos, como explica o especialista em Recursos Humanos (RH) Élcio Paulo Teixeira.
Essa escolha costuma ocorrer para além das expectativas financeiras, levando em consideração a sensação de pertencimento e as oportunidades.
A perspectiva de crescimento e as boas relações com a empresa como um todo estimulam essa decisão, levando o funcionário a “vestir a camisa”, afirma Teixeira.
“Quando essas pessoas veem a necessidade atendida, acabam querendo ficar lá o resto da vida. Criam uma sensação de pertencimento, de dono, e não querem trocar por nada”, disse.
Para o empregado que busca uma relação desse tipo, a dica é analisar sempre se as expectativas para a vaga correspondem à realidade, além de nunca fazer uma escolha apenas financeira.
“O ideal é sempre avaliar o que tem a oferecer e o que a empresa tem em troca”, destaca.
“As corporações também estão cada vez mais precisando se reinventar e ficarem atentas às relações de gestão dos colaboradores. Caso contrário, vão perder profissionais capacitados”, aponta a recrutadora Eliana Machado.
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