Mais empregos com o fim da taxa do aço importado do Brasil
Os EUA acabaram com a sobretaxa aplicada sobre o material brasileiro, o que vai beneficiar a economia capixaba
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A Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos determinou que o aço laminado importado do Brasil deixará de ser taxado.
Com a decisão, o mercado metalúrgico capixaba prevê que a médio prazo – até o fim de 2024– vagas de emprego sejam criadas, em razão da expectativa de aumento de produção no Estado.
Lucio Dalla Bernardina, presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado (Sindifer), diz que o “nicho está estável há algum tempo, mas que a novidade deve movimentar o setor ainda mais”.
A ArcelorMittal informou que, em 2022, a capacidade de produção está próxima do índice máximo e reiterou o posicionamento dos empresários do mercado, prevendo que, de fato, a quebra da barreira tributária deve ser um incentivo para os próximos anos.
Membro do Conselho do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metal Mecânico (CDMEC), Fausto Frizzera manteve o entendimento técnico do setor.
“O que vemos é um incentivo fiscal. A consequência dessa medida, naturalmente, presume o aumento de produção, que está diretamente ligado à criação de novos postos de trabalho”, disse.
Efeito
A decisão teve como suporte o entendimento de um conceito mercadológico chamado “antidumping” – leis que objetivam diminuir os efeitos danosos à indústria nacional, causados pelas importações, por meio da aplicação de alíquotas específicas. Em resumo, são medidas para proteger o comércio interno.
Assim, a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos entendeu que a economia do país, que também produz aço laminado, não será prejudicada com o incentivo da importação do produto brasileiro.
Com isso, os Estados Unidos deixam de cobrar taxas adicionais de até 45,58% (34,28% de direito antidumping e 11,30% de medida compensatória) na importação de produtos laminados a quente originários do Brasil.
Membro da USITC, Craig Lewis trabalhou no desenvolvimento do estudo que apoiou a decisão da quebra tributária, e aprovou a medida:
“Aplaudimos a medida, que foi revisada cuidadosamente e suporta evidências para chegar à decisão correta de que as importações do Brasil provavelmente não prejudicarão a indústria siderúrgica dos EUA no futuro próximo. Estamos entusiasmados por ter garantido esta vitória para ambos os lados”.
Saiba mais
Entenda
- Os EUA deixaram de sobretaxar exportações brasileiras de produtos de aço laminado a quente.
- A decisão é da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos e revoga uma medida que estava valendo desde 2016.
- A regra anterior estipulava uma taxa de 45,58% sobre a importação do produto brasileiro.
- O Ministério da Economia e o Ministério das Relações Exteriores participaram dos estudos que apoiaram a medida.
- A conclusão dos relatórios é de que as exportações brasileiras não causam danos materiais à indústria estadunidense.
Repercussão no Estado
Posicionamento do mercado
- O setor metalúrgico capixaba prevê que a médio prazo vagas de emprego sejam criadas, em razão da expectativa de aumento de produção no Estado.
Fonte: Especialistas citados na reportagem
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