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Economia

“Ganhar um novo coração foi milagre”, diz trabalhador que recebeu transplante


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Antes de conseguir o “sim” de uma família desconhecida, o trabalhador da indústria Roberto Carlos Alves, de 47 anos, sabia que o transplante de um coração era a única chance que tinha de permanecer vivo.

Internado desde abril deste ano, ele conquistou a tão sonhada doação do órgão pela Rede Meridional, em junho, quando já estava em estado crítico de saúde, segundo os médicos que o acompanhavam.

“Ganhar esse novo coração foi um milagre para mim, pois quase ninguém acreditava que eu fosse sobreviver. Muitas vezes, até eu perdi a esperança. Foi a mão de Deus que me salvou”, contou.

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Roberto Carlos Alves, de 47 anos, com a filha Laura, 3 anos, conta que sua luta começou assim que foi diagnosticado com a doença de Chagas |  Foto: Dayana Souza/ AT

A luta de Roberto começou quando ele foi diagnosticado com doença de Chagas, cujo principal sintoma é o inchaço dos órgãos, a exemplo do coração. Diante de algumas complicações, ele passou a sofrer paradas cardíacas e até mesmo uma falência dos rins.

Foi então que a família do trabalhador iniciou a saga para colocá-lo na fila do transplante. De acordo com Roberto, ele ocupou o topo da lista de espera, por causa da gravidade do seu problema.

“Durante o tempo em que estive no hospital, fiquei pensando em como seria doloroso deixar quem eu mais amo. Acordava todos os dias triste e abatido, mas, lá no fundo, esperançoso”, afirmou.

Mulher de Roberto, a autônoma Daniele Vasconcelos, de 28 anos, lembrou que nem mesmo os médicos acreditavam na recuperação do marido. Mas, mesmo assim, ela nunca perdeu a expectativa de vê-lo recuperado e em casa.

“Viraram para mim e disseram que ele poderia não aguentar até a chegada da cirurgia. Nossa saída foi se agarrar na fé que tínhamos, com oração o tempo todo”, frisou.

Até que o trabalhador recebeu a notícia de que seria contemplado, durante a madrugada. “Senti uma mistura de emoções. Existiam os riscos, o que me deixou meio temeroso, só que fiquei muito feliz”.

Hoje, enquanto ainda se recupera da operação, ele afirma ser grato à família que autorizou a doação do órgão, foco da campanha do Setembro Verde, que busca conscientizar sobre a importância do transplante para salvar vidas.

“Mesmo sem a conhecer, admiro muito a coragem dessa família, e agradeço pela chance que me deram de continuar criando minha filha Laura, de 3 anos”, destacou.

Na fila do transplante

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Na fila do transplante por um rim há quase 10 anos, a cerimonialista Stephanie Vidigal, de 36 anos, mal vê a hora de poder levar uma vida normal de novo |  Foto: Antonio Moreira/ AT

Na fila do transplante por um rim há quase 10 anos, a cerimonialista Stephanie Vidigal, de 36 anos, mal vê a hora de poder levar uma vida normal de novo.

Desde que foi diagnosticada com lúpus, em 2012, a cerimonialista foi internada várias vezes, inclusive ficando em coma. Agora, com o quadro estável, ela precisa fazer hemodiálise e tomar uma série de medicamentos até ganhar o órgão.

“É muito doloroso esperar por algo que não chega nunca, mas sigo em frente esperançosa de que esse dia vai chegar”, diz, emocionada.

Mais de mil esperam por transplante no Estado

No Espírito Santo, atualmente, existem 1.549 pessoas na fila do transplante de órgãos, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Desse total, 1.116 esperam por um rim; 409, por córnea; 19, por fígado; e cinco esperam por coração. Se comparado a 2020, quando havia 1.477 capixabas buscando por uma nova chance de vida, houve o aumento do índice.

Segundo a nefrologista do Hospital Evangélico de Vila Velha, Luciana de Assis Borba, a pandemia foi um dos principais motivos para o crescimento da fila, sobretudo por causa do medo quanto ao ambiente hospitalar.

“Com receio de sair de casa, várias pessoas que precisavam do transplante ou que começaram a apresentar problemas sérios de saúde evitaram sair de casa”, diz.

Outro fator importante é a resistência das famílias de autorizarem a doação, como revela a responsável pelo Núcleo Especial de Captação de Órgãos do Estado, Maria Machado.

Celebrado neste mês, o Setembro Verde visa conscientizar sobre a importância da pessoa informar à família o desejo de ser doador.

“Em um momento como o do luto, as famílias ficam sem condições de decidir, mas só elas têm esse poder. É importante que saibam o desejo desse ente”, afirmou.

Mas, ainda de acordo com a Sesa, uma boa notícia: se comparado com 2020, neste ano, o número de transplantes já cresceu em 83%, devido ao retorno das atividades.

Além disso, as cirurgias eletivas (não urgentes) foram retomadas em maio, o que também possibilitou os transplantes em vida – quando o doador oferece órgãos como o rim, sem comprometer a sua própria saúde.

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