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Economia

Empresas adotam linguagem neutra e cotas para mulheres e pretos

Companhias já usam a mudança no idioma nas redes sociais, e as que têm ações na Bolsa terão de nomear pretas e mulheres em diretorias


A linguagem neutra ganha cada vez mais visibilidade e começa a ser gradativamente incorporada nas empresas e no mercado de trabalho. E outras medidas especiais começam a ser instituídas em grandes empresas, entre elas, cotas para mulheres e pessoas pretas, por exemplo.

 

Imagem ilustrativa da imagem Empresas adotam linguagem neutra e cotas para mulheres e pretos
Bolsa de Valores de São Paulo vai exigir inclusão também de pessoas com deficiência em cargos de alta liderança |  Foto: Divulgação

Essa medida deve se tornar obrigação: para ampliar a diversidade nas empresas de capital aberto, a Bolsa de São Paulo (B3) quer exigir que as companhias cumpram meta de inclusão de mulheres e integrantes de grupos como negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência, em cargos de alta liderança. 

O descumprimento pode ter consequências, incluindo até um processo para a retirada da lista da B3. A iniciativa é inspirada em normas do Reino Unido e em regras adotadas por bolsas  nos EUA, na Austrália, em Hong Kong, no Japão (Tóquio) e em Cingapura. 

As novas determinações foram colocadas pela B3 em audiência pública. Qualquer pessoa pode enviar contribuições pelo e-mail [email protected]. O texto final deve começar a vigorar em 2023.

A proposta é que as empresas brasileiras tenham, em seu conselho de administração ou diretoria estatutária, a primeira pessoa diversa até o fim de 2025 e incluam a segunda até o fim do ano seguinte. 

“Empresas que investem em diversidade étnica têm 33% mais chances de obterem  resultados superiores às empresas que não têm essa mesma orientação. Já as que têm equilíbrio de mulheres são 21% mais lucrativas”, disse a conselheira da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES), Cynthia Molina.

O banco Itaú, por exemplo, estabeleceu metas para ter na empresa entre 35% e 40% de mulheres em cargos de liderança e de 27% a 30% de pessoas negras  até 2025.

O gênero neutro é considerado controverso porque muda o idioma. A linguagem neutra busca atender e incluir pessoas que não se identificam com o gênero masculino ou feminino. Para isso, são feitas adaptações que visam incluir e representar esse grupo social.

Ela muda o uso de pronomes. Por exemplo, ao invés do tratamento por  “ele/dele” ou “ela/dela”, o grupo prefere ser tratado por “ile/dile”. Em contrapartida ao “todos/todas” surge o “todes”.

A Serasa Experian, por exemplo, adotou a linguagem para se dirigir aos funcionários e nas redes sociais.

Especialista critica alteração no idioma

A utilização da linguagem neutra é um tema controverso, mesmo no ambiente acadêmico. A adaptação do idioma por meio da linguagem neutra não pertence à gramática da Língua Portuguesa, considera a especialista em Linguística da Ufes, Maria da Penha Lins.

Segundo a professora, a variação é mais social do que linguística. 

“Na transição do latim para o português, os elementos linguísticos que se referiam ao neutro tornaram-se masculino. Então, quando se diz ou se escreve Todos, já se está incluindo Todos e Todas, masculino e feminino. Assim, o gênero neutro inclui-se no gênero masculino”, explica.

Ela considera a mudança ideológica. “Criam-se vocábulos com viés ideológico, com suposições inclusivas, os quais não pertencem à gramática da Língua Portuguesa”.

A professora de Português Rayza Fontes  tem dúvidas  se a adaptação irá se popularizar. “Toda mudança na língua ela tem que ser genuína e orgânica. O novo acordo ortográfico demorou a ser aceito porque foi uma mudança imposta. Ela não está ocorrendo na língua de forma natural ainda”, afirma.

Indústrias implementam banheiros inclusivos

Indústrias e empresas começam a implementar banheiros inclusivos em seus estabelecimentos. Trata-se de um espaço distinto dos tradicionais banheiros masculinos e femininos. Eles buscam atender pessoas trans e não-binárias.

Os banheiros inclusivos geralmente aparecem de forma individual e também são chamados de banheiro sem gênero.

A conselheira da ABRH-ES, Cynthia Molina, conta que muitas empresas começam a fazer campanhas de conscientização para prevenir conflitos e discriminações.

“É importante uma conscientização prévia da equipe quanto a questões de uso do banheiro. Muitas empresas acabam adotando banheiros unissex, com cabines individuais, para tentar solucionar essas questões”.

Na Grande Vitória, uma indústria trabalha na implementação de um banheiro inclusivo. Questionada, ela ainda não confirma.

A mudança também ocorre em estabelecimentos comerciais. Em Vitória, há uma casa noturna que ao invés de banheiros por  gênero, utiliza apenas cabines. 

“Eu defendo que exista apenas só banheiro, mas, infelizmente, por algumas pessoas passarem dos limites, isso não é possível. Por isso, a conscientização é a solução”, afirma a ativista e coordenadora da Associação Grupo Orgulho Liberdade e Dignidade (Gold), Deborah Sabará.

Entenda

Idioma formal não aceita as alterações

Gênero neutro

- É a substituição dos artigos feminino e masculino por um "i", "e" ou até pelo “X” e "@" em alguns casos.

- Exemplo: "amigo" ou "amiga" virariam "amigue" ou "amigx".

 - As palavras "todos" ou "todas" seriam trocadas por "todes", "todxs" ou "tod@s"

- O termo “elu” também é defendido para se referir a qualquer pessoa.

Uso do “X” e do “@”

- A utilização do “X” e do “@” dentro da linguagem neutra foi inicialmente utilizado no início do uso da linguagem neutra.

- Atualmente, os símbolos são desencorajados a serem utilizados, pois esses sistemas funcionam exclusivamente na escrita.

- Pessoas com deficiência visual, neurodiversas ou que dependem de um dispositivo computadorizado para leitura são prejudicadas pelos símbolos.

- Softwares de leitura não interpretam os símbolos, e assim pessoas que dependem deles acabam não sendo incluídas.

Não-binários

- São pessoas que não se identificam nem com o gênero masculino nem com o feminino.

Motivação

- Essa linguagem visa adaptar o português para o uso de expressões neutras a fim de que as pessoas não binárias  ou intersexo se sintam representadas.

Norma padrão da língua

- De acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa, o artigo masculino cumpre papel de pronome neutro no plural.

- ”Todos” e “eles” acabam sendo utilizados para se referir a um grupo de pessoas composto por homens e mulheres, ainda que majoritariamente formado por mulheres.

- Vestibulares e concursos públicos que exigem a usa da norma culta da língua não permitem o uso da linguagem neutra.

Linguagem neutra nas empresas

- O tema ganhou visibilidade nos últimos anos em redes sociais e na internet.

- A busca por inclusão tem feito com que a linguagem seja gradativamente incorporada por empresas.

- O Serasa experian tem adotado a linguagem com seus funcionários e nas redes sociais.

Diversidade 

- A diretora de diversidade e inclusão da ABRH-SP, Luiza de Paula, destaca medidas essenciais para promover a diversidade.

- Processos seletivos não devem haver exclusões: “É importante rever a política de atração e seleção de pessoas”.

- Programas de diversidade devem ser estabelecidos. É importante olhar seu público interno.

- Visitação de empresas com programas bem estruturados e estabelecidos.

Fonte: ABRH-SP e pesquisa AT.

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