Donos de bares estão com atraso no pagamento dos salários dos funcionários
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Mesmo com o avanço da vacinação, a queda no número de casos, internações e mortes por covid-19, a pandemia deixou e ainda vai deixar rastros no setor de bares e restaurantes do Estado. Um dado que mostra os efeitos disso é o de que a cada quatro estabelecimentos, um o dono não consegue pagar os salários em dia, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

Mas o problema pode ser ainda maior, segundo o presidente do Sindicato de Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares), Rodrigo Vervloet.
Além do atraso no pagamento dos salários de funcionários, outros débitos também entram na parte de contas atrasadas.
“Estamos tentando nos levantar, mas tem um passivo muito grande. É uma gama de problemas causados por um longo período em que ficamos fechados. Isso dentro daqueles que conseguiram sobreviver.
Além dos salários, o pagamento de fornecedores, aluguel e energia também está sendo prejudicado”, afirmou Vervloet.
Em estimativa feita pelo Sindbares, cerca de 10.500 estabelecimentos, entre bares e restaurantes, fecharam as portas e não resistiram aos estragos causados pela pandemia.
A Abrasel reforçou o mau momento que a classe enfrenta. Segundo a associação, em nível nacional foram 300 mil estabelecimentos fechados.
Já os que conseguiram continuar funcionando, 72% deles estão trabalhando com prejuízo.
A situação levou a Abrasel a entrar com uma ação na Justiça no último mês exigindo a reparação financeira aos negócios do setor.
Na época, o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, justificou a ação na Justiça dizendo que os prejuízos causados foram por conta das medidas adotadas pelos governos estadual e municipal.
“Temos a clareza de que as perdas provocadas no setor foram resultantes de atos do Executivo municipal e estadual, portanto, cabe a estes a responsabilidade pela reparação”, disse Paulo.
No entanto, a expectativa é de que as contas se equilibrem e o setor volte a trabalhar no azul nos próximos meses. “O cenário é de recuperação. Mas temos um horizonte de perspectiva positiva, com a vacinação avançando. A vacinação é o ponto chave, é um divisor de águas”, disse Rodrigo.
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