Desemprego no ES tem a menor taxa em oito anos
Outro recorde para o Estado é o de número de trabalhadores com ocupação, que hoje é de 1,9 milhão, o maior registro desde 2012

O Estado registrou a menor taxa de desemprego dos últimos oito anos, com 7% de desocupação, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Trimestral, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2015, o percentual de pessoas desocupadas era de 7,9%.
Dos dados deste ano, considerando o período de janeiro a junho, 29.791 postos formais de trabalho foram criados, entre contratações (264.261) e demissões (234.470).
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A informação sobre o número de carteiras de trabalho que foram assinadas no Estado são do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgados na última quinta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
No mês passado, por exemplo, o setor que mais contratou foi o de serviços, com 16.718 admissões, 14.675 desligamentos e saldo de 2.043. Este setor lida com as atividades de prestação de serviços e comércio. Ou seja, qualquer negócio que envolva oferta e aquisição de um serviço, como advogados, jornalistas, mecânicos etc.
Outro recorde para o Estado é o de número de trabalhadores ocupados, que alcançou o total de 1.983.000 em todo território capixaba, o maior número desde 2012.
Dados do IBGE indicam ainda que 770 mil trabalhadores no Estado atuam em empregos informais, 506 mil trabalham por conta própria, 109 mil são trabalhadores domésticos e 228 mil operam no setor público.
Para a economista e pesquisadora de desenvolvimentos sociais da Fucap, Alessandra Pizzol, o cenário positivo se deve a uma nova mentalidade, provocada pela pandemia. “O período que vivemos foi intenso e de muita retração, de pouco crescimento, mas as pessoas têm que viver, retomar os negócios, isso abre portas”, conta.
Com a vida de volta ao normal, serviços essenciais ganham força, como os de saúde, estéticos, administrativos e industriais. “O período de férias movimenta as lojas, os salões, supermercados. Então, a questão não é a apenas a contratação, mas a manutenção dos postos de trabalho. Épocas assim já dificultam os desligamentos”.
Para o diretor de Integração e Projetos Especiais do Instituto Jones Santos Neves (IJSN), Antonio da Rocha, os bons resultados são sinal da busca por investimentos diversificados, que ele atribui ao crédito às políticas do Estado.
Qualificar profissionais é um dos maiores desafios
Mesmo com o mercado aquecido e os saldos positivos de contratação, como no mês passado, com uma marca positiva de 636 vagas formais registradas, a contratação de profissionais qualificados ainda é um desafio para o Estado.
O Espírito Santo, até em razão da localização, que permite acesso rápido das praias às montanhas, tem vocação para o setor de logística, mas o nicho, assim como outros, esbarra em um desafio: a falta mão de obra qualificada.
Vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, diz que não basta interesse em ocupar vagas de trabalho, é preciso se qualificar. “Para ter melhores salários e opções e para se manter no mercado, é preciso estudo. Além disso, a contribuição é maior”.
Um levantamento feito pela reportagem com vários setores e empresas de recrutamento revela que empresas têm urgência para contratar mais de 3 mil empregados no Espírito Santo.

Cris Samorini, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), destaca que a falta de mão de obra qualificada não é problema exclusivo do Estado. “Para contornar isso, as empresas investem por conta própria na capacitação de seus colaboradores”.
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