Consumidor pagará menos por alimento em meio à crise com os EUA
Queda de preço já é percebida e, no caso dos produtos que estão fora das exceções, valor terá queda ainda maior, mas por curto prazo
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Alguns alimentos, entre eles a carne bovina e algumas frutas, já estão mais baratos nos supermercados do Estado devido ao tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, segundo o presidente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), João Tarcício Falqueto.
A tendência é de que o preço caia ainda mais, mas apenas o de produtos que não constam na lista de exceções à taxação. Falqueto citou café, carne de boi e manga entre os itens que terão aumento na oferta para consumo interno devido à tendência de redução nas exportações por conta da alta nas tarifas.
“Esse efeito, contudo, seria no curto prazo”, disse o superintendente da Acaps, Hélio Schneider. No médio prazo, diz ele, esses produtos tendem a ficar mais caros.
O especialista em proteína animal Wagner Yanaguizawa explicou que isso pode acontecer porque o número de abates deve cair no segundo semestre.
No caso da carne, há outro fator que possibilita a tendência de produtos mais baratos: a China, principal importador da produção brasileira, está pressionando que o Brasil reduza seus preços, o que pode frear temporariamente as exportações para lá.
Outro produto que deve ter seu preço afetado é o gengibre, cujo maior produtor do País é o Espírito Santo. Segundo o coordenador do Incaper em Domingos Martins Raoni Ludovino Sá, a tendência é de preço menor para o consumidor final. O Estado é responsável por 75% da produção nacional, e 3.500 famílias produtoras podem ser afetadas pelas tarifas.
Já o mamão, fruta que tem 15% da produção no Brasil destinada ao mercado do americano, não deve ter alterações no preço, explica o produtor e empresário Rodrigo Martins. “A quantidade que exportamos para os EUA frente à quantidade que produzimos é pequena. Cerca de 85% das exportações vão para a Europa”, comenta.
No País, apenas quatro empresas exportam mamão aos Estados Unidos — todas no Espírito Santo.
Café deve ficar isento por pressão dos americanos
Empresários e políticos norte-americanos podem influenciar na inclusão do café na lista de exceções do tarifaço dos Estados Unidos a produtos brasileiros.
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) chegou a relatar estar dialogando com a National Coffee Association neste sentido.
Paralelamente a isso, exportadores brasileiros de café também cobram apoio do governo brasileiro para abrir novos mercados e compensar eventuais problemas causados pela sobretaxa.
A principal queixa do setor são as tarifas aplicadas por outros países ao café nacional.
“Mesmo nações consideradas amigas cobram uma taxa elevada”, diz Ferreira. A solução, segundo ele, passa por intensificar as negociações diplomáticas com potenciais compradores.
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