Cidades de fora da Grande Vitória vão liderar consumo em 5 anos
Municípios de fora da região metropolitana ganham destaque com investimentos e novos empregos, e vão passar à frente em cinco anos
Escute essa reportagem

Municípios de fora da Grande Vitória vêm apresentando crescimento no consumo e, em até 5 anos, devem assumir a liderança no ranking estadual, mostra o estudo IPC Maps, que aponta os dados sobre consumo e a economia em todo o País.
O levantamento mostra que a participação no consumo estadual das cidades de fora da região metropolitana subiu em 1,88% neste ano, comparada a 2024.
Responsável pela pesquisa, o sócio da IPC Marketing Editora Marcos Pazzini detalha que o motivo está na melhoria dos níveis de emprego com carteira assinada, que proporcionou uma garantia de renda ao trabalhador, refletindo diretamente na escalada dos valores de consumo.
“Cachoeiro, Linhares, Colatina, Aracruz e São Mateus devem liderar essa mudança nos próximos anos”, prevê Pazzini.
O economista Ricardo Paixão explica que esse movimento de transformação no potencial de consumo ocorre devido ao aumento de investimentos fora da região metropolitana.
“Investimentos que antes eram feitos na Grande Vitória foram para outros municípios. Com isso, há um êxodo para essas cidades, o que aumenta o potencial de consumo delas”, destaca.
O investimento no Norte do Estado inclui a instalação da primeira Zona de Processamento de Exportação (ZPE) privada do País, em Aracruz, a criação de um Polo Industrial em Sooretama, a repactuação do contrato para duplicar a BR-101 e o desenvolvimento de portos e ferrovias na região.
Essas questões são citadas por especialistas como fatores para essa mudança de realidade.
Segundo o secretário de Estado do Desenvolvimento, Sérgio Vidigal, há tendência clara de descentralização do desenvolvimento econômico, o que como consequência irá ampliar as oportunidades de emprego fora da Grande Vitória, aumentando o consumo nas demais regiões do Espírito Santo.
“Com base em estudos recentes da Findes, há previsão de criação de 5 mil a 10 mil novos postos de trabalho fora da Grande Vitória nos próximos 5 anos, o que naturalmente aumentará o poder de compra nessas regiões e, assim, aquecerá o mercado de consumo”, explicou Vidigal.
ENTENDA
O que é o IPC Maps?
Publicado anualmente pela IPC Marketing Editora, empresa que utiliza metodologias exclusivas para cálculos de potencial de consumo nacional, o IPC Maps destaca-se como o único estudo que apresenta em números absolutos o detalhamento do potencial de consumo por categorias de produtos para cada um dos 5.570 municípios do País, com base em dados oficiais, através de versões em softwares de geoprocessamento.
Este trabalho traz múltiplos indicativos dos 22 itens da economia, por classes sociais, focados em cada cidade, sua população, áreas urbana e rural, setores de produção e serviços etc., possibilitando inúmeros comparativos entre os municípios, seu entorno, estado, regiões e áreas metropolitanas, inclusive em relação a períodos anteriores.
Além disso, o IPC Maps apresenta um detalhamento de setores específicos a partir de diferentes categorias.
Vila Velha, Serra, Vitória e Cariacica lideram, nesta ordem, o ranking estadual deste ano e, nacionalmente, estão entre as 100 cidades com maior potencial de consumo no País.
Na quinta colocação estadual está Cachoeiro de Itapemirim, 166ª cidade do País com maior potencial de consumo, seguida de Linhares (185ª) e Colatina (242ª).
O top 10 é fechado por um mmunicípio da grande vitória (Guarapari, 243º colocado nacionalmente) e dois de fora da região: São Mateus (279ª) e Aracruz (310º).
Grande Vitória x Outras regiões
Dados do IPC Maps mostram que o consumo na Grande Vitória em relação às outras regiões do Estado apresentou queda de 1,88%.
Entre o ano passado e 2025, o que é avaliado por especialistas como uma tendência que deve se ampliar nos próximos anos.
Habitação no topo
R$ 161,10 milhões é o consumo potencial total do Estado, mostrou o estudo
Destes, R$ 37,81 milhões são referentes ao setor de habitação, que lidera com folga a listagem de categorias do estudo.
O motivo da liderança está nas classe “B” e “C” da economia estadual, que tem potencial de consumo de R$ 14,43 milhões e R$ 14,36 milhões , respectivamente, somente para o setor de habitação.
Veículos próprios em alta
Depois da habitação, o segundo setor com maior potencial de consumo no Espírito Santo é o de veículos próprios (compra ou manutenção), com um total de R$ 19,36 milhões.
Neste setor, a classe social que lidera em valores é a B. Essa classe social tem potencial de consumo para esse setor de R$ 8,33 milhões.
MATÉRIAS RELACIONADAS:




Comentários