Celular e games são os sonhos para presente de Natal
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Mesmo com um fim de ano atípico por conta da pandemia do novo coronavírus, muitos consumidores, cercados de cuidados para evitar a transmissão do vírus, revelam que não abrem mão de realizar as compras de presentes.
Nos sonhos de consumo estão celulares, notebooks, TVs maiores, games, móveis, bicicletas, brinquedos e até itens de decoração para repaginar o imóvel, conforme consumidores de todas as idades revelaram na quinta-feira (12) à reportagem.
A secretária Márcia Costa, 24 anos, por exemplo, aguarda o pagamento do 13º salário para comprar um celular para ela e um computador para o filho estudar.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, confirma que esses produtos estão entre os mais procurados.
“O setor de decoração, segmento que estava um pouco adormecido antes da pandemia, foi e ainda está sendo o auge das vendas. A construção civil, com itens para reforma dos imóveis, também teve grande impulso”.
Mas o que ele chama de “coqueluche do momento” é a procura por celulares e notebooks. “As pessoas querem produtos cada vez mais sofisticados”.
Na parte de entretenimento, José Lino diz que a procura por jogos eletrônicos tem aumentado, especialmente para ter uma opção para os filhos, que estão em casa.
O empresário e diretor da Fecomércio-ES, José Carlos Bergamin, lembra que a direção das famílias na pandemia foi ter um lar mais feliz, tendência que, acredita, irá se manter.
“As pessoas estão fazendo reparo, pintura, troca de piso, revestimento, comprando equipamentos de cozinha, de decoração, de ginástica, TV maior, itens para escritório doméstico, muitos brinquedos para as crianças. Tudo isso que possibilita um lar mais aconchegante, confortável e prático continuará na lista dos itens de consumo”, disse.
Ele complementa que, depois de meses, as vendas de roupas, calçados, acessórios, produtos de cuidado pessoal e de beleza estão sendo retomadas.
A diretora comercial da Leroy Merlin de Vitória, Neusa Alves, reforça essa tendência e cita alguns produtos muito procurados, como sapateiro, cabideiro, tapetes sanitizantes, itens para criar um cantinho em casa para montar um escritório. Opções para reforma dos imóveis, decoração e jardinagem também estão em alta.
Armário para novo apartamento

Foi durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) que a arquiteta Flávia Pertel, de 25 anos, mudou para um apartamento mais estruturado, em Vitória.
Já no novo endereço, ela está terminando de montar o imóvel e, na quinta-feira (12), aproveitou para conferir alguns modelos de armários na Leroy Merlin.
“Quero colocar o armário na área de serviço, para organizar os materiais de limpeza. Também quero comprar cortinas até o final do ano”, contou.
Recentemente, Flávia investiu em um aparelho celular, aposta para trabalhar com mídias sociais.
Montando a casa

Em meados deste ano, o administrador Vagner Rodrigues, de 48 anos, e a contadora Tânia de Souza, 43, se casaram.
Agora, os dois estão terminando de organizar o apartamento, em Jardim Camburi, Vitória.
Na listinha de compras, caixas organizadoras, adquiridas ontem, produtos de jardinagem e um sofá.
Além de se preocuparem com o aconchego da casa, os dois não abrem mão de uma vida saudável. Para isso, planejam comprar bicicletas até o final do ano.
Alerta para escassez de produtos
Embora estejam otimistas com as vendas de fim de ano, empresários alertam para a escassez de alguns produtos.
O presidente do Sindicato dos Lojistas de Vitória, Cláudio Sipolatti, orientou que o consumidor realize os seus sonhos e vá às compras. Porém, ele revelou que vários segmentos vêm encontrando dificuldades para oferecer determinados produtos.
“Estamos lutando para manter o nosso portfólio sem rupturas e, a cada dia, é mais desafiante. Estamos tendo dificuldade muito grande em ar-condicionado e ventiladores. Tem sido desafiante para a indústria moveleira, que enfrenta escassez de chapas de madeira”.
O presidente da Fecomércio, José Lino Sepulcri, informou que a escassez pode ocorrer principalmente com equipamentos eletrônicos vindos da China e dos EUA.
Mesmo com esse cenário, a expectativa, segundo ele, é de reação do comércio, uma vez que o pagamento do 13º salário deve injetar cerca de R$ 2,8 bilhões na economia do Estado. José Lino estima que o consumidor deve investir entre R$ 100 a R$ 120 nas compras de fim de ano.

Conselheiro no Conselho Federal de Economia, o economista Eduardo Araújo observa que há um cenário de otimismo crescente, que deve refletir positivamente em maior disposição das pessoas para compras neste fim de ano.
Primeiro, de acordo com ele, porque indicadores econômicos mostram um processo vigoroso de retomada econômica no Estado. Segundo, porque há sinalização de iniciar a imunização da população em breve contra a Covid-19.
“Há boas oportunidades para compras, inclusive possibilidades de liquidação e descontos em mercadorias. Contudo, é fundamental que o consumidor tenha prudência, buscando conciliar o desejo de consumo com compromissos financeiros que podem surgir no início de ano, como impostos, despesas com escola, entre outras”.
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