Sem isolamento, mais de 300 mortes em maio
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Com isolamento social afrouxado, o Espírito Santo tende a registrar 327 mortes pelo novo coronavírus no dia 9 de maio. Já com medidas mais arrochadas de distanciamento, o Estado computará 236 óbitos pela Covid-19 no mesmo dia 9 de maio.
É o que revela um estudo feito em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), do governo do Estado.
Há também uma perspectiva sobre os casos confirmados: num cenário de isolamento afrouxado, o Estado registrará 10.915 casos confirmados do novo coronavírus no dia 9 de maio. Considerando uma taxa média de crescimento menos intensa, e com mais isolamento, projeta-se que no mesmo dia 9 de maio, o Estado computará 7.880 casos da Covid-19.
A diferença de casos projetados entre os dois cenários seria de 3.035 casos. Professora participante da pesquisa, a pós-doutora e epidemiologista da Ufes Ethel Maciel analisa que um fator, além do isolamento, vai influenciar nessa curva: o Estado passará a testar mais pessoas, com a inclusão de pacientes com mais de 45 anos e sintomáticos no grupo de testagem. O raciocínio é que, quanto mais se testa, mais se confirma.

Mas ainda assim o estudo aponta que a interação social altera fortemente as proporções da pandemia, e medidas adotadas pelo governo refletem diretamente nessas interações.
A pesquisa gerou duas curvas de crescimento diferentes: uma com aumento na interação social de 5% e outra em 10%. Foi concluído que apenas com 5% de aumento de interação entre as pessoas, tem-se um aumento de aproximadamente 22% no número de hospitalizados na Grande Vitória.
Já um aumento de 10% na interação social leva um aumento de aproximadamente 48% no número de hospitalizados.
O estudo, do ponto de vista matemático, leva em conta faixas etárias, medidas de isolamento e seus impactos, a curva de contaminações, taxas de internação, dentre outros fatores.
Para Ethel Maciel, “precisamos endurecer as medidas, diminuir a interação. Houve uma mudança de conduta, os calçadões estão cheios. É preciso pensar na gravidade disso: a mudança na nossa interação pode aumentar em muito o número de famílias infectadas”.
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