“Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, Tubaína”, diz Bolsonaro
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, assinará nesta quarta-feira (20) novo protocolo que permitirá a utilização da cloroquina em pacientes em estágio inicial de contágio do novo coronavírus.
Em live com o jornalista Magno Martins, o presidente ressaltou que o documento não obrigará nenhum paciente a ser medicado com a substância, mas dará a liberdade para que ele faça uso do remédio caso julgue necessário.
“O que é a democracia? Você não quer? Você não faz. Você não é obrigado a tomar cloroquina”, disse.
“Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína”, ironizou, referindo-se a uma marca de refrigerante.
O presidente ressaltou que se fosse o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, tomaria a substância. O político do PSB, que tem criticado a postura de Bolsonaro diante da crise sanitária, anunciou na segunda-feira (18) que foi diagnosticado com a doença.
“Eu acho que quem falou que era veneno, não pode tomar [cloroquina]. Eu sou cristão. O governador pode tomar a cloroquina. Pode ser que não precise. Mas, no seu lugar, eu tomaria”, afirmou.

A utilização da cloroquina para o tratamento do coronavírus ainda não tem evidências científicas que apontem eficácia e na contramão de estudos recentes.
Atualmente, o protocolo adotado pela pasta prevê o uso do medicamento apenas por pacientes graves e críticos. A divergência em torno do uso da cloroquina é apontada como o principal motivo da saída do oncologista Nelson Teich do comando da Saúde.
De acordo com o site R7, o Ministério da Saúde o novo protocolo prevê o uso do medicamento para pacientes com sintomas leves e incluem crianças, gestantes e mulheres que tiveram filhos recentemente. A informação foi confirmada por fontes oficiais da pasta sob condição de anonimato.
O novo protocolo também indica a dosagem apropriada.
Na última segunda-feira (18), o presidente Bolsonaro já recebeu um esboço do documento do general Eduardo Pazuello, ministro interino da Saúde.
O Conselho Federal de Medicina liberou o uso de hidroxicloroquina para os médicos brasileiros em 3 situações: Paciente crítico: internado em terapia intensiva já com lesão pulmonar; paciente que chega com sintomas no hospital, sendo informado a ele e familiares de que não há comprovação científica; e no início dos sintomas, com sintomas leves tipos de uma gripe, desde que o médico descarte a probabilidade de gripe, dengue ou H1N1.
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