Quanto vai custar a vacina de Covid? Laboratórios começam a definir preços
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Como muitas vacinas contra a Covid-19 já estão na terceira e última fase de testes, que avalia a eficácia e segurança do produto, os laboratórios já começam a definir preços dos imunizantes com alguns governos.
Pelo menos, 11 vacinas de prevenção ao novo coronavírus estão nesta fase. Em decorrência do cenário pandêmico, as negociações ocorrem diretamente com governos ou grupos que têm objetivo de garantir o acesso ao imunizante de forma igualitária para a população mundial. Alguns valores definidos são baseados em acordos específicos.
A AstraZeneca, por exemplo, em acordo com o governo dos Estados Unidos, definiu que a dose da vacina custará US$ 4 (R$ 22,50). Segundo informações do Daily Mail, os países da União Europeia pagarão 2,20 libras por dose da vacina Covid-19 (R$ 15,92).
Já a Pfizer e a BioNTec firmaram um contrato com os Estados Unidos para fornecer 100 milhões de doses de seu imunizante, a um custo equivalente a US$ 19,50 (R$ 109,78), por dose.
Outra vacina na fase 3 de testes clínicos é a desenvolvida pela Johnson & Johnson, que, no acordo com o governo americano, custará, em média, US$ 10 (R$ 56,30), conforme publicado na revista Veja.
No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), há quatro vacinas em testes, dos seguintes laboratórios: AstraZeneca e Universidade de Oxford; Sinovac e Instituto Butantan; Pfizer-Wyeth; e Jansen-Cilag, da Johnson-Johnson.
A Anvisa informou que, até o momento, não há pedido de registro e que os medicamentos estão sujeitos a uma regulação de preços.
Sócio-diretor da Clínica Prophylaxis, Daniel Tendler explicou que ainda não há informação oficial de preço das vacinas no Brasil. “Devemos ter um preço definido só depois do processo de registro na Anvisa”, disse.
Na unidade da rede, em Vila Velha, o responsável técnico, Jair Silva Santos, aguarda o andamento dos estudos.
Para o infectologista Paulo Peçanha, sócio-proprietário da CVP Vacinas, o que se tem, hoje, é um custo estimado, ainda em fase de desenvolvimento. “Se tiver uma vacina eficaz, segura e de baixo custo, isso facilitará a compra pelos governos e a oferta para a população”.
Empresas abrem mão de lucro

Preços
- Empresas como Johnson & Johnson e AstraZeneca se comprometeram a comercializar a vacina contra a Covid-19 sem lucro durante a pandemia de Covid-19. Mesmo assim, os preços podem variar entre os laboratórios. Até o momento, devido aos testes, não há previsão de venda e nem preço ao consumidor final.
AstraZeneca
- Em acordo com os Estados Unidos, a dose da vacina vai custar US$ 4 (R$ 22,50). Países da União Europeia pagarão 2,20 libras por dose da vacina Covid-19 (R$ 15,92).
Pfizer e a BioNTec
- Firmaram contrato com os EUA para fornecer 100 milhões de doses de sua vacina, a US$ 19,50 (R$ 109,78), por dose.
Johnson & Johnson
- No acordo com o governo americano, a dose da vacina custará, em média, US$ 10 (R$ 56,30).
Brasil
- Não há pedido de registro e nem valores definidos. Segundo a Anvisa, a solicitação de definição de preço é feita pelo laboratório dono do medicamento, com base na resolução 02/2002 da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
Fonte: Anvisa e pesquisa AT.
Vacinas em testes no Brasil
Oxford
- A vacina de Oxford, no Reino Unido, contra a Covid-19, produzida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, está na terceira e última fase de testes em humanos no Brasil e em outros países. A Anvisa aprovou o estudo em 2 de junho.
- Os ensaios clínicos ocorrem nas cidades do Rio de Janeiro, em São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Participam do ensaio 10 mil voluntários.
Sinovac (Coronavac)
- Aprovada pela Anvisa em 3 de julho, a vacina, de origem chinesa, foi desenvolvida pela empresa Sinovac Research & Development, em parceria com o Instituto Butantan.
- Os testes são realizados em 13 mil voluntários que trabalham em instalações especializadas para Covid-19, em centros de pesquisas de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. O estudo está na fase 3.
BioNTech e Wyeth/Pfizer
- O estudo para as vacinas desenvolvidas pela BioNTech e Wyeth/Pfizer, dos Estados Unidos e Europa, foi aprovado pela Anvisa em 21 de julho.
- Participam do teste dois mil voluntários, em São Paulo e Bahia. O ensaio corresponde às fases 2 e 3.
Jansen-Cilag
- A aprovação mais recente para estudo clínico, 18 de agosto, é da vacina produzida pela divisão farmacêutica da Johnson & Johnson, da Europa. O ensaio clínico aprovado é um estudo de fase 3, tendo 9.800 voluntários.
Fonte: Governo federal.
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