Israel não registra morte por Covid pela primeira vez após 10 meses
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Pela primeira vez em 10 meses, Israel não registrou novas mortes causadas pelo novo coronavírus (Covid-19) em um período de 24 horas. O resultado veio após o país adotar uma estratégia de vacinação acelerada e lockdown rigoroso. As informações são da BBC Brasil.
Durante toda a pandemia, Israel perdeu 6.346 pessoas para a doença, segundo os dados do Ministério da Saúde do país do Oriente Médio. A última vez que o país zerou as mortes causadas pelo vírus foi em junho de 2020, também por conta de um lockdown que conteve o avanço da primeira onda de infecções.
Em janeiro deste ano, a Covid-19 atingiu seu pico por lá, mas, até este mês, ela tem recuado. Com isso, o governo israelense começou a flexibilizar as restrições à circulação de pessoas, à medida que as vacinações contra a Covid-19 seguiam de forma mais ampla.
Taxa de vacinação
A maior taxa de vacinação do mundo pertence a Israel. De acordo com a BBC, na última quinta-feira (23), o país atingiu a marca de 5 milhões de pessoas vacinadas com as duas doses, o que corresponde a 52% dos 9 milhões de habitantes - No Brasil, por exemplo, apenas 5% de seus 212 milhões de habitantes foram vacinados completamente.
"Esta é uma grande conquista para o sistema de saúde e os cidadãos israelenses. Juntos, estamos erradicando o coronavírus", escreveu o ministro da Saúde, Yuli Edelstein, na sexta-feira (23), em seu Twitter.
Na semana passada, Eyal Leshem, diretor do maior hospital de Israel, o Sheba Medical Center, afirmou que o país está perto de alcançar a "imunidade do rebanho" ou "imunidade coletiva", que acontece quando um número suficiente da população tem proteção contra uma infecção, impedindo que ela se espalhe muito.
Para que isso aconteça, os especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) estimam que, pelo menos, 65% a 70% da população esteja vacinada. No entanto, ainda assim há dúvidas se esse patamar seria suficiente para conter a Covid-19.
Apesar disso, Leshem disse que a imunidade coletiva é a "única explicação" para a queda contínua de casos em Israel, mesmo com as restrições à circulação de pessoas sendo flexibilizadas.
"Há uma queda contínua, apesar de voltar à normalidade", afirmou. "Isso nos diz que mesmo se uma pessoa estiver infectada, a maioria das pessoas que encontra andando por aí não será infectada por ela."
Nação líder em vacinação

Desde o início de sua campanha de vacinação, em dezembro de 2020, Israel tem sido a nação líder mundial em número de doses aplicadas per capita.
Até este mês, o país aplicou apenas a vacina desenvolvida pela dupla Pfizer e BioNTech. Em fevereiro, o ministério da Saúde de Israel disse que estudos revelaram que o risco de doenças causadas pelo vírus caiu 95,8% entre as pessoas que receberam as duas doses desse imunizante.
Agora, o país se prepara para começar a vacinar crianças de 12 a 15 anos, assim que órgãos reguladores aprovarem o uso da vacina para pessoas nessa faixa etária.
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