Estado encontra dificuldade para comprar respiradores
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Em meio a uma crise por conta da falta de respiradores — admitida pelo governador Renato Casagrande — o Espírito Santo está com dificuldade de comprar 200 equipamentos com fornecedores internacionais. Esses respiradores são essenciais para abrir novos leitos para receber pacientes com Covid-19 e tratar os que evoluem para casos graves respiratórios.
Subsecretário da Assistência em Saúde, Fabiano Ribeiro dos Santos, explica que os fornecedores estão negociando um prazo de entrega dos equipamentos “muito para frente”. “Mas precisamos para essa situação emergencial”, disse.
Fabiano não detalha as negociações, muito por conta do cenário de “guerra” travado pelo mundo em busca de respiradores. O Maranhão, por exemplo, comprou equipamentos da China, mandou para Etiópia e driblou o governo federal para ter respiradores novos.
“Nós não estamos usando as rotas convencionais”, se limitou a dizer, prevendo que prazo de 30 dias seria o razoável para receber mais equipamentos.
Enquanto isso, o cenário desanimador se desenha: uma entrega de respiradores que estava prevista para anteontem não aconteceu. O episódio está no contexto de uma ação judicial que obriga a União a entregar 59 respirados ao Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, na Serra.
A Justiça decidiu que a Associação Evangélica Beneficente Espírito Santense (AEBES), que administra o Jayme, deve receber os equipamentos que já haviam sido comprados por R$ 3,39 milhões.
A ação recai, além da União, sobre a Magnamed Tecnologia Médica, fornecedora dos equipamentos. O Ministério da Saúde já chegou a notificar e empresa — que até agora não enviou os equipamentos, garante o subsecretário Fabiano Ribeiro. “Era para ter chegado pelo menos 30 equipamentos, mas não entregaram”, falou.
O Jayme, explica Fabiano, já possui 130 respiradores, podendo alcançar a 190 com a chegada desses equipamentos novos sob decisão judicial. O hospital é o de maior referência para tratamento da Covid-19 no Estado. Como medida contra o descumprimento da entrega dos equipamentos, ele disse que o “jurídico do Jayme está conversando com a empresa”.
A reportagem tentou contato com a empresa, sem sucesso.
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