Capixaba isolada em Paris desabafa: “Não consigo voltar para casa”
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Pedido de socorro ao Itamaraty, retirada de hotel e sem prazo para voltar para casa. Assim está a viagem de férias da assistente social Izabela Merísio, de 22 anos. A capixaba saiu do aeroporto de Vitória rumo a Paris, na França, no último dia 11 e desde então tenta voltar para casa em meio a pandemia do novo coronavírus pelo mundo.

As autoridades de saúde francesas anunciaram nesta quarta-feira (18) que mais 89 pessoas morreram nas últimas 24 horas por causa do novo coronavírus no país, o que aumenta o número total de mortos para 264 pessoas na França.
Até o momento, há 9.134 casos confirmados da Covid-19 no país, informou o diretor-geral de Saúde no país, Jérôme Salomon, o que significa que o número de infectados em um dia duplicou.
A capixaba isolada conversou com a reportagem de A Tribuna.
A Tribuna - O que aconteceu desde que você chegou na Europa?
Izabela Merísio - Chegamos no dia 12. No dia 13, fui a Torre Eiffel e surgiu a informação de que seria o último dia em que ela estaria aberta. E os museus já estavam fechando. No dia seguinte, fui ao interior da Bélgica. Lá, já estava tudo fechado, com aviso nas portas justificando a pandemia. A previsão de abertura era no dia 4 de abril. Acabei então indo a Bruxelas, que também estava deserta. Quando voltei para Paris, no mesmo dia, já estava tudo fechado. No domingo, restaurantes estavam fechados. Só podia ir até lá, fazer o pedido da comida, e levar para o hotel. Só pode ir à rua com uma justificativa prévia. Se desrespeitar o perímetro da justificativa, paga 135 euros de multa.
E como está a tentativa de retorno?
O meu voo seria ontem, mas foi cancelado desde segunda-feira. E a remarcamos para hoje, e foi remarcado para amanhã. E agora, cancelou de novo. E então, tentamos remarcar para o dia 21 e, agora, não dá para remarcar novamente a volta para o Brasil. Enquanto isso, os hotéis começaram a fechar por conta da pouca demanda. Os hotéis de rede, sobretudo. O meu fechou e tive que conseguir um apartamento com uma conhecida.
Você pediu ajuda ao governo federal?
Procurei a embaixada, o Itamaraty e não obtive resposta satisfatória. A embaixada disse que também estão fechados para atendimento e me mandaram ir embora o mais rápido possível. Mas como? Está cada vez mais difícil. Fora que estou gastando dinheiro para uma semana – que era minha programação. E os voos estão caríssimos. Já achei voo de última hora, custando quase R$ 20 mil. Mas qual a certeza que ele também não vai decolar?
Está com medo?
Sou asmática. Vim também com meu pai, que é cardíaco, e minha mãe, que retirou um tumor da cabeça e toma remédio controlado. Ou seja, todos estão no grupo de risco.
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