Sustentabilidade desafia e transforma empresas
Saneamento e agenda ESG ganham palco hoje no Café de Negócios da Ases, com a Serra mostrando avanços no tratamento do esgoto
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Desafio nas empresas, a sustentabilidade nos negócios ganha destaque hoje na 226ª edição do Café de Negócios (Caneg), promovida pela Associação dos Empresários da Serra (Ases). O evento tem como tema “ESG na Prática: O Impacto que Move Negócios e Abre Novos Mercados”.
ESG é a sigla para “Environmental, Social and Governance”, que em português significa “Ambiental, Social e Governança”, em um conjunto de ações ligadas à sustentabilidade e à preocupação com o planeta.
Esses princípios do ESG estão transformando as empresas e a forma como elas se posicionam e se tornam mais competitivas, ao mesmo tempo em que contribuem para uma economia mais consciente, disse o presidente da Ases, Fábio Junger.
“Temos orgulho de participar da construção do Plano Serra 2044, que traça metas de longo prazo e posiciona a Serra como referência em inovação, sustentabilidade e qualidade de vida. Nosso papel vai além da representação empresarial”.
Presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, uma das convidadas para o painel, compartilhará sua experiência sobre saneamento básico como vetor de transformação socioambiental e discutirá avanços e desafios da universalização do saneamento no País — destaque para a Serra, que já tem mais de 94% de cobertura de esgoto.
“Nosso objetivo é mostrar que é possível fazer o saneamento acontecer na prática. Vivemos em um País onde, em muitas localidades, o saneamento ainda não é priorizado. E a proposta dessa conversa é mostrar que, na Serra, tivemos um avanço significativo na coleta de esgoto. Vamos demonstrar que investir em saneamento básico traz retorno para a sociedade, e que este é um tema que precisa inspirar outras cidades”.
O painel será mediado pela jornalista e consultora Andréia Lopes e contará também com a participação de Guilherme Barbosa, fundador da startup do clima capixaba ECO55, publicitário e especialista em economia da mitigação das mudanças climáticas, palestrante e professor.
Futuro com descarbonização e fundo de 500 milhões de reais
Especialista em economia da mitigação das mudanças climáticas, Guilherme Barbosa apresenta os riscos e oportunidades da transição ao baixo carbono para os empresários capixabas, junto ao trabalho que desenvolveu com apoio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) de avaliar emissões e a performance climática de 40 empresas capixabas em 2024.
“Para o Brasil poder cumprir os acordos internacionais, os estados terão que dar suas contribuições, e o Espírito Santo — em especial a cidade de Serra — tem uma economia muito dependente de carbono”, disse Guilherme Barbosa, fundador da startup do clima capixaba ECO55.
Segundo ele, a descarbonização dos negócios precisa ser vista pelo empresário como uma oportunidade de enxergar os desafios, provocar soluções, trazer inovação e fomentar a tecnologia e a educação.
“Colocar a pauta climática na agenda das empresas pela Ases é a oportunidade de dar diretriz a seus associados e de mostrar que é possível fazer mudanças a curto, médio e longo prazo, alinhado ao plano de neutralização de emissões do governo estadual, que em breve terá como fonte de financiamento um Fundo de Descarbonização, com taxas mais atrativas e que impulsionará o desenvolvimento sustentável das empresas capixabas”, destacou.
O Fundo de Descarbonização do Espírito Santo foi anunciado no final de 2024 pelo governo do Estado e Bandes. A iniciativa vai empregar R$ 500 milhões em recursos do Fundo Soberano do Estado (Funses), oriundos da exploração de petróleo e gás, para incentivar projetos e empresas voltadas à descarbonização da economia capixaba.
O edital de chamada pública para seleção de gestor e estruturação do Fundo de Descarbonização recebeu 11 propostas de empresas gestoras. Conforme o edital, a divulgação do resultado está prevista para 1º de agosto deste ano.
O Fundo representa uma ação pioneira ao unir mecanismos do mercado financeiro a metas concretas de combate às mudanças climáticas, com investimentos voltados à transição energética, inovação e sustentabilidade.
O mecanismo deve financiar iniciativas alinhadas ao Plano Estadual de Descarbonização, que estabelece como metas a redução de 27% das emissões de gases de efeito estufa até 2030 e a neutralidade de carbono até 2050.
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Evento
> A 226ª edição do Café de Negócios (Caneg) será promovida pela Associação dos Empresários da Serra (Ases).
Tema
> “ESG na Prática: O Impacto que Move Negócios e Abre Novos Mercados”.
Onde
> O evento, que ocorrerá hoje a partir das 7h40 no Steffen Centro de Eventos, em Jardim Limoeiro, na Serra, vai reunir empresários, lideranças políticas e especialistas para discutir práticas e impactos do ESG no ambiente de negócios.
Palestrantes
Luana Siewert Pretto
> É engenheira civil (UFSC), com mestrado na área de Análise Multicritério (UFSC) e pós-graduada em Gestão de Projetos (FGV).
> Atuou na concessionária estadual de saneamento básico de Santa Catarina (Casan), e como diretora técnica e presidente da empresa pública municipal de saneamento básico Companhia Águas de Joinville.
> Atualmente, é presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.
Guilherme Barbosa
> É fundador da startup do clima capixaba ECO55, publicitário e especialista em economia da mitigação das mudanças climáticas, palestrante e professor.
Mediadora
> O painel será mediado pela jornalista e consultora Andréia Lopes.
OPINIÕES
Incentivar práticas
““Discutir ESG é olhar para o futuro com responsabilidade. O mundo empresarial já entendeu que crescimento econômico precisa caminhar lado a lado com impacto social positivo e responsabilidade ambiental. É por isso que a Ases escolheu esse tema para o nosso café: para ampliar o debate entre os empresários da Serra e incentivar práticas que gerem valor sustentável para toda a sociedade”. --- Se desejar, posso identificar o autor (Fábio Junger) e inserir essa citação no documento Word também. Deseja que eu faça isso agora? ,


Transformar empresas
“Nesta 226ª edição, o Caneg traz como tema: "ESG na Prática: o Impacto que Move Negócios e Abre Mercados". O objetivo é discutir como a adoção de práticas ambientais, sociais e de governança podem transformar empresas, gerar valor e abrir novas possibilidades de mercado. Os temas abordados são definidos com base em uma escuta ativa junto aos associados, garantindo que cada edição atenda às reais demandas e interesses do setor produtivo. ,

Descarbonização
“O Bandes tem compromisso com a agenda ESG, apoiando a inovação, competitividade e sustentabilidade na indústria. Com foco na economia mais sustentável, oferecemos soluções financeiras para a transição rumo a um modelo produtivo de baixo carbono. O Fundo de Descarbonização do Espírito Santo foi criado para viabilizar projetos que reduzam emissões e ajudem a promover essa transição, com recursos vindos da exploração do petróleo e gás, sempre alinhado ao Plano de Descarbonização do Estado. ,

"Saneamento é essencial para desenvolvimento das cidades"

Com ampla trajetória no setor de saneamento básico e reconhecida por sua atuação em iniciativas sustentáveis e sociais, na 226ª edição do Café de Negócios (Caneg), a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, abordará os desafios e a importância do tema sob diferentes perspectivas, incluindo seu papel fundamental no desenvolvimento das cidades.
A TRIBUNA – Qual é a importância do saneamento básico? Ele é essencial para o desenvolvimento das cidades?
LUANA PRETTO – Com certeza o saneamento é essencial para o desenvolvimento das cidades. Ele é muito transversal e traz um impacto gigantesco. Quando passamos a ter acesso ao saneamento básico, há uma redução significativa de doenças de veiculação hídrica, como dengue, esquistossomose, leptospirose e diarreia.
Um estudo do Instituto Trata Brasil aponta que, três anos após a universalização do saneamento, o número dessas doenças cai 61%. Com menos doenças, as crianças têm um melhor desenvolvimento físico, intelectual e neurológico, especialmente na primeira infância (até 7 anos). Isso reflete diretamente na escolaridade: quem tem acesso ao saneamento estuda, em média, 1,8 anos a mais do que quem não tem..
“"O Espírito Santo e a Serra estão no caminho certo rumo à universalização dos serviços, ao contrário de outras regiões do País." ,
> Essa diferença impacta o desempenho educacional e a renda futura?
Exatamente. Essas crianças tendem a ter notas melhores no Enem e, futuramente, uma renda mais alta. No Brasil, quem tem acesso ao saneamento ganha, em média, R$ 3.220. Quem não tem, recebe cerca de R$ 2.084.
Para os adultos, a falta de saneamento pode significar mais doenças, afastamento do trabalho e perda de renda. Além disso, ele gera emprego e renda.
> Quais outras áreas são beneficiadas?
O turismo é uma delas. Quando tratamos o esgoto, rios e praias ficam menos poluídos, o que atrai mais visitantes. Também há valorização imobiliária: imóveis em áreas mais preservadas tendem a valer mais.
> Como está o Espírito Santo nesse cenário?
O Espírito Santo tem 81% da população com acesso à água, 59,4% com coleta de esgoto, e 45% do esgoto tratado. A média de investimento anual no Estado por habitante é de R$ 224. Na Serra, esse valor é de R$ 209 — ambos acima da média nacional, que é de R$ 124.
Isso mostra que o Espírito Santo e a Serra estão no caminho certo rumo à universalização dos serviços, ao contrário de outras regiões do País que ainda investem muito pouco.
“"Para os adultos, a falta de saneamento pode significar mais doenças, afastamento do trabalho e perda de renda. Além disso, ele gera emprego e renda." ,
RANKING DO SANEAMENTO 2024
O Instituto Trata Brasil (ITB), em parceria com a GO Associados, publicou a 16ª edição do Ranking do Saneamento, com foco nos 100 municípios mais populosos do Brasil. A Serra está em 51º lugar.
Para produzir o ranqueamento, foram levados em consideração indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base de 2022, publicado pelo Ministério das Cidades.
Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos maiores municípios brasileiros com base na população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no País.
A falta de acesso à água potável impacta quase 32 milhões de pessoas, e cerca de 90 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de esgoto, refletindo em problemas na saúde para a população que, diariamente, sofre hospitalizada por doenças de veiculação hídrica.