Validade da ciência e relevância da arte e do esporte na pandemia
Nos encontramos em meio a uma pandemia global e enquanto alguns insistem em negar a dor de muitos que sofrem com esse vírus cruel, outros felizmente continuam se prevenindo e zelando pela saúde dos mais vulneráveis, dos mais idosos, ou dos com um físico mais suscetível.
Felizmente não perdi familiares, mas perdi colegas próximos, inclusive jovens e com histórico de atleta, algo que me sensibilizou ainda mais ao apreço pela ciência que já carrego de longa data.
Podemos perceber como é triste o isolamento, como é desagradável ter liberdades que tínhamos como garantidas, serem limitadas, e apesar de uma corrente negacionista, com dedo em riste para qualquer modo de ser diferente dos deles, podemos perceber que algumas áreas que vinham sendo atacadas por essa massa representativa, foram destaque nesse momento delicado.
A validade da ciência e a relevância da arte e do esporte, ficam entre alguns desses destaques. Busca-se uma vacina, e a única forma de fabricá-la de forma efetiva é através do conhecimento científico bem fundamentado. E não apenas o conhecimento biomédico, mas o humano e social se faz cada vez mais necessário, para compreender esse fenômeno intelectualmente involutivo que pode-se perceber em certos extratos sociais.
A arte, as ‘lives’ de cantores e artistas, as séries das plataformas de ‘streaming’, os filmes, nunca se fizeram tão necessários para retratar a realidade ou nos fazer sonhar com outras realidades, em tempos isolados.
E falando de sonhos, chegamos ao esporte, que vem voltando com toda sua força, muitas vezes de forma irresponsável, mas que vem trazendo de volta uma certa alegria que colore parte desse 2020 tão acinzentado.
Enquanto sociedade, ao acessarmos portais de notícias, sessões de comentários e alguns grupos do ‘whatsapp’ que se aproveitam da criptografia do aplicativo para o compartilhamento de toda sorte de imagens criminosas e de gostos duvidosos, as piadinhas entre times e os vídeos de lances memoráveis retornaram, e vem tirando um pouco o peso desse ano carregado.
E além de poder voltar a torcer à distância pelos seus ídolos, times, esportes prediletos, acredito que o senso comum espalhado de que precisamos de ‘educação’, se transforme em respeito por aqueles que se educam, e mais ainda entre aqueles que escolhem educar os outros como profissão.
No caso específico do meu campo de atuação, que passemos a seguir professores de Educação Física no que tange a prescrição de exercícios físicos, e não ‘blogueiros fitness’ sem registro.
Tendo dificuldades mentais, consulte um psicólogo, tendo problemas de saúde, procure o profissional especializado e não se consulte com o ‘doutor google’, ele pode ser bem traiçoeiro e piorar seu estado geral de saúde.
Por fim, agradecemos aos profissionais da saúde na frente de batalha, aos cientistas que continuam seu trabalho incessante em busca de um amanhã melhor e torcemos juntos por um abraço coletivo em uma sociedade mais aberta a novas e produtivas reflexões em breve. Fique bem!
Leonardo Perovano Camargo é professor e doutorando em Educação Física.