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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Sobre o ataque ao Congresso dos Estados Unidos

| 06/02/2021, 09:35 h | Atualizado em 06/02/2021, 12:15

A invasão ao Capitólio, como é conhecido o Congresso dos Estados Unidos, realizada no último dia 6 de janeiro, chocou o mundo. Em conversa com alguns americanos (democratas e republicanos), o relato mais comum era de incredulidade e vergonha. Um dos berços da democracia ocidental estava, para sempre, violado.

Os atos criminosos perpetrados na invasão deixaram um saldo de cinco mortos e dezenas de feridos. Mais de 50 policiais foram parar no hospital. O número de invasores pode ter chegado a 20 mil e mais de 100 foram presos e vão enfrentar a Justiça.

O trabalho de investigação tem sido exemplar e minucioso. Milhares de vídeos produzidos pelos próprios manifestantes e pela imprensa estão sendo analisados pelas polícias e pelo FBI. A motivada suspeita de que os atos foram incentivados por lideranças políticas gerou o segundo processo de impeachment enfrentado pelo ex-presidente Donald Trump.

As imagens e os vídeos que já foram analisados demonstram que parte dos criminosos tinha como objetivo agredir membros do Congresso. Alguns dos vândalos chegaram a cerca de 30 metros do vice-presidente Mike Pence, que, durante a confusão, precisou se esconder com a família em uma das salas do Capitólio.

Há relatos e provas que evidenciam que os criminosos estavam ali deliberadamente para o cometimento de crimes. Muitos deles, inclusive, discutiram abertamente sobre a prática de atos violentos, afirmando que os congressistas deviam temer por suas vidas.

A barbárie foi tamanha que um grupo mais exaltado gritou palavras de ordem, incentivando o enforcamento do vice-presidente. Outros espancaram e ameaçaram matar um dos policiais com sua própria arma.

Não se pode descartar, também, a tese de que muitos dos criminosos ali presentes tinham outras intenções, que não apenas destruir, ferir e matar. Um dos vídeos que já está em poder da polícia mostra alguns invasores revirando as mesas dos congressistas e tirando fotos de documentos.

Uma mulher que participou da invasão e que já se entregou ao FBI aproveitou o tumulto para furtar o computador pessoal da deputada Nancy Pelosi. Conforme se constatou, o objetivo da criminosa era vender o equipamento, com todas as informações nele existente, aos russos.

Uma das mais reveladoras frases captadas pelos vídeos que estão sendo analisados apresenta parte dos criminosos gritando para um policial que tentava conter o tumulto: “Nós estamos aqui porque ouvimos seu chefe: Trump”. Em outro vídeo, um dos criminosos afirma estar ali porque acreditava que o senador Ted Cruz iria querer que ele participasse daqueles atos. Logo, tudo estava bem.

O dia 6 de janeiro vai ficar marcado na história como um dos mais tristes da democracia americana. Se é verdade que a palavra convence, enquanto o exemplo arrasta, a invasão do Capitólio reforça a importância da responsabilidade das lideranças públicas na sociedade moderna. Bons exemplos têm o potencial de transformar um país! Maus exemplos, por outro lado, podem colocar em risco até mesmo a mais sólida das democracias.

EUGÊNIO RICAS é delegado federal, adido da PF nos EUA e mestre em Gestão Pública pela Ufes.

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