O combate ao câncer e as barreiras da burocracia
Coluna foi publicada nesta terça-feira (1º)
Durante todo este mês, uma diversidade de anúncios, laços cor-de-rosa e iluminação especial se espalham pelas vias públicas, fachadas de prédios, instituições e repartições de diferentes segmentos que aderem à campanha Outubro Rosa, voltada para a prevenção e conscientização do câncer de mama.
O objetivo principal é ampliar os conhecimentos e disseminar informações sobre uma das neoplasias que mais afetam as mulheres. É fundamental qualificar a educação em saúde para que a população feminina se respalde com esclarecimentos que ajudem a evitar doenças ou permitir que elas sejam descobertas na fase inicial. O diagnóstico precoce do câncer de mama, por exemplo, aumenta significativamente as chances de cura e propicia, na maioria das vezes, tratamentos menos invasivos e ainda reduz as chances de o tumor se espalhar para outros órgãos do corpo.
O diagnóstico precoce, no entanto, só é possível quando se está ciente dos sintomas que sinalizam a existência de um tumor maligno. Além disso, é indispensável fazer regularmente os exames que detectam o câncer na fase inicial, e o principal deles é a mamografia.
E vale lembrar que a maioria dos diagnósticos precoces resultará em cura, principalmente por causa dos avanços nos tratamentos e medicações inovadoras e potentes que chegam ao mercado.
Também precisamos expandir essa reflexão para o âmbito social. Não se pode falar em prevenção sem assegurar um serviço ágil e assertivo na saúde pública para que mulheres de baixa renda tenham a oportunidade de fazer mamografias anuais sem esbarrarem na burocracia que leva a uma longa fila de espera que pode durar anos.
E essa assistência eficaz precisa se estender, principalmente, aos tratamentos oncológicos para quem foi diagnosticada com o câncer de mama. Essas pacientes necessitam de acolhimento e acesso às terapias necessárias para combater essa doença e ter maiores chances de cura.
A jornada de uma paciente oncológica, por si só, já é demasiadamente desafiadora, mas não deve ser uma luta solitária e sem esperança. Para isso, ela precisa ter acesso a tudo que é necessário para que sua saúde seja restaurada, afinal, câncer de mama não é sentença de morte, pelo contrário, deve sinalizar um estímulo na luta pela vida.
Na prevenção e no combate ao câncer, todos têm um papel importante, seja na responsabilidade dos governantes para oferecer uma assistência digna, seja em cada um de nós despertarmos para novos hábitos que ajudam a evitar a doença. E também na solidariedade que nos leva a estender a mão àquelas que passam pelo tratamento oncológico.
Que essa união de forças entre pacientes, médicos, autoridades e demais profissionais de saúde, familiares e amigos seja cada vez mais fortalecida.
Que o Outubro Rosa não ganhe destaque apenas nos anúncios luminosos que deixam a cidade mais bonita, mas que desperte em cada um a empatia e a responsabilidade de promover a saúde a todos que precisam.
