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Leitores do Jornal A Tribuna

Alcoolismo na terceira idade: a ajuda não pode ficar para depois

| 08/08/2021, 10:14 h | Atualizado em 08/08/2021, 10:17

Quando se fala em abuso ou consumo exagerado de bebidas alcoólicas, muitos logo pensam em jovens e adolescentes que desde cedo se entregam ao vício do álcool. Mas o etilismo na terceira idade também tem ganhado destaque e, infelizmente, é cada vez mais comum.

No final de junho, o Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) divulgou um estudo que mostra evolução no consumo de álcool no Brasil entre 2010 e 2019. Apesar de apresentar uma queda de 13% no consumo total da substância, quando avalia apenas idosos e mulheres, a pesquisa mostra que houve aumento no consumo de bebida alcoólica nessa população.

O alcoolismo pode afetar pessoas de qualquer idade, classe social ou grau de instrução. Nos idosos, contudo, o problema traz consequências bastante danosas, tendo em vista que, por causa da idade, a tolerância ao álcool diminui consideravelmente.

Por isso, é grande a lista de complicações trazidas pelo uso abusivo de bebidas alcoólicas na terceira idade. Podemos citar algumas, como a redução da capacidade cognitiva e intelectual, insônia, tremores noturnos, falta de apetite, perda de memória, surgimento ou piora de quadros de comorbidades já existentes, como problemas gastrointestinais, renais e neurológicos.

Além disso, o hábito de beber demais aumenta as chances de lesões por quedas, uma vez que o excesso de álcool leva ao desequilíbrio do corpo, afeta os sentidos e os reflexos.

Diante de um quadro tão preocupante, o primeiro passo é identificar o problema e, logo em seguida, buscar ajuda. É muito temerário, nesses casos, esperar que o quadro se reverta sozinho.

O alcoolismo pode estar relacionado a diversas e diferentes causas: solidão, ociosidade, depressão, tristeza ocasionada por algum fator externo, como morte ou doença de um ente querido, viuvez, distância da família, estresse, dificuldades na vida financeira e tantos outros fatores.

A família, como em outras questões, desempenha um papel fundamental nesse processo. O apoio dos familiares será um estímulo para que o idoso aceite a ajuda que precisa ter para vencer o alcoolismo, levando em conta que muitos não irão reconhecer o uso de álcool como um problema.

Buscar um médico especialista que o idoso se sinta seguro e confiante é outro passo importante. Desta forma, o profissional poderá direcioná-lo ao devido tratamento e fazer com que ele se sinta motivado a seguir em frente.

O caminho, muitas vezes, é árduo, mas é fundamental que o idoso perceba que não está sozinho nessa luta e que não tem menos valor porque sucumbiu à dependência do álcool. E, acima de tudo, precisa saber que há saída para vencer o problema.

Para que haja uma resposta eficaz, o tratamento, normalmente, requer uma assistência multidisciplinar. E a família precisa estar presente em cada uma dessas etapas.

Não existe fórmula pronta, mas a união de forças pode trazer resultados surpreendentes e abrir caminhos, não apenas para a cura, mas para uma vida mais feliz que, em algum momento, parecia não ser mais possível.

GUSTAVO GENELHU é médico geriatra.

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