Comércio cresce e avança para fechar o ano em alta
O comércio brasileiro, assim como o capixaba, engrenou nesta primeira metade do ano. Segundo pesquisas, o varejo vem, mês após mês, passando a marcha e acelerando para fechar o ano em alta.
Após períodos de turbulência, com a pandemia de covid-19, que afetou praticamente todos os setores, o segmento tem registrado crescimentos consecutivos e progressivos, o que anima o empresariado, faz o dinheiro circular e movimenta a economia, fomentando, inclusive, novos negócios.
Segundo o Índice de Confiança do Comércio (Icom), medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV (FGV/Ibre), o comércio avançou 4,6 pontos em junho, para 97,9 pontos, após marcar 93,3 pontos um mês antes. Este é o maior nível desde agosto de 2021.
Em médias móveis trimestrais, o indicador subiu 3,7 pontos, o quarto resultado positivo consecutivo.
Em junho, a alta foi disseminada em todos os principais segmentos da pesquisa. E a melhora ocorre tanto no horizonte presente (movimentação atual) quanto no futuro (expectativa de vendas).
Outro dado que mostra que os comerciantes brasileiros ficaram mais otimistas em junho foi divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) cresceu 5,1% em relação a maio, alcançando 122,4 pontos, o maior nível desde março de 2020, quando o coronavírus começou a afetar mais significativamente o País.
O resultado representa o terceiro avanço consecutivo no Icec, impulsionado pelo crescimento no volume de vendas. Na comparação com junho de 2021, o indicador de confiança teve expansão de 24,4% em junho de 2022.
O setor de serviços também teve a quarta alta mensal em junho. A confiança dos empresários desse ramo encerra o segundo trimestre em alta, mas concentrada em alguns segmentos. O resultado positivo de junho foi influenciado pela melhora das expectativas com os próximos meses.
Dito isto, os números indicam que, na visão dos varejistas, o desempenho da economia e do comércio será melhor na segunda metade do ano. Mesmo diante de um quadro de inflação persistente e de juros elevados, o aumento nas vendas melhorou a percepção dos comerciantes, que preveem um segundo semestre favorável para o setor.
As medidas de injeção de recursos, como o Auxílio Brasil e os saques extraordinários do FGTS, também seguem produzindo efeitos positivos no consumo e viabilizando o pagamento de dívidas.
Além disso, com o tíquete médio das vendas correntes mais baixo, o comércio aposta na recorrência das compras e na substituição de marcas caras, o que ajuda a explicar o bom desempenho das vendas. Agora, é continuar otimista, abusando da criatividade e acelerando rumo ao fim do ano.
WAGNER JÚNIOR CORRÊA é superintendente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória