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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Autoestima do povo preto

Manoel Goes Neto | 22/11/2021, 10:30 10:30 h | Atualizado em 22/11/2021, 10:35

O mês de novembro tem se tornado referência para atividades de resistência, luta e  rebeldia do povo preto, que historicamente tem sido os sujeitos do enfrentamento ao racismo articulado nas várias esferas da sociedade. É necessário que a população brasileira se aposse de sua negritude. Precisamos colocar a história no seu devido lugar.

A baixa autoimagem do povo preto remonta aos tempos da migração forçada do continente africano, quando foram embarcados à força em navios negreiros jejes, iorubas, e tantos outros que foram obrigados a deixar para trás sua religiosidade, costumes, história e suas formas próprias de identificação, criando um conceito de autoestima inferior.

A centurial interação entre europeus e seus descendentes com os povos nativos e africanos e seus descendentes escravizados causou desigualdades e diferenças, levando à formação de uma hierarquia social que deixava à mostra a distância social entre colonizadores e subalternos. 

Índios e pretos partilharam desde então uma situação de inferioridade e exclusão social, o que não está muito diferente nos tempos atuais.

O ato de “amar a si mesmo” requer atitudes como o autorrespeito, a autoaceitação e o autoconhecimento. Um valor que atribuímos a nós mesmos – a autoestima. Por sua vez, autoconhecimento pressupõe consciência da própria história e de todos os aspectos de nossa personalidade. Já a autoaceitação é acolher nossos erros e acertos. 

Não se trata de se acomodar, mas de ser capaz de reconhecer e celebrar quem somos, e buscar mudar o que julgamos necessário. Todos esses elementos interagem na construção de nossa autoimagem e fazem parte do conceito de autoestima.

A idealização do mundo branco e a desvalorização do negro, isso é resultado da associação: o que é branco é bonito e certo, o que é negro, feio e errado. 

Muitos negros são induzidos a crer que sua condição inferior é decorrente de suas características pessoais, deixando de perceber que, de fato, assumem a discriminação exercida pelo grupo dominante. 

O preconceito racial causa reação perversa que desencadeia estímulos dolorosos e retira do sujeito toda possibilidade de reconhecimento e mérito, levando-o a utilizar mecanismos defensivos das mais diversas ordens. 

A baixa autoimagem do negro é reproduzida pela mensagem transmitida recorrentemente às pessoas negras de que, para ser humanizado, é preciso corresponder às expectativas do padrão dominante, ou seja, tornar-se branco.

Essa situação decorre da internalização de que “embranquecer” seria o único meio para ter acesso ao respeito e à dignidade. Estudos de saúde realizados em épocas distintas têm apontado que os pretos, vítimas de discriminação explícita, tornam-se suscetíveis psiquicamente a desenvolverem mais comumente: ansiedade, ataques de pânico, depressão, crises de identidade e distorção do autoconceito. 

A desigualdade social aumentou e o racismo estrutural ficou bem mais evidente em tempos de pandemia. Pretas e pretos morreram e adoeceram mais com a covid-19. Temos vários estudos, como os da Fiocruz e PUC do Rio de Janeiro que confirmam esta triste realidade. Luta que segue.

MANOEL GOES NETO  é escritor e diretor no IHGES.

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