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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Arthur Schopenhauer e a arte de ser feliz ou ter sabedoria de vida

| 16/12/2019, 07:48 h | Atualizado em 16/12/2019, 07:57

Originariamente, a palavra felicidade traduz o estado de regozijo, resultante da fruição de bons pensamentos. Atualmente, todavia, considera-se feliz a pessoa que dispõe de meios para realizar seus desejos, razão pela qual muitos associam felicidade à posse. Arthur Schopenhauer (1788-1860), em vez disso, apregoa que a verdadeira arte de ser feliz depende muito menos daquilo que temos ou aparentamos do que daquilo que de fato somos.

Ele sugere que, em todas as ocasiões possíveis, usufrui-se apenas de si mesmo: se o próprio eu não vale muito, então a riqueza é como um vinho excelente em boca azedada com fel.

Em que consistiria, portanto, a felicidade humana e o que seria essencial para alcançá-la?

Para o ilustre filósofo, em primeiro lugar, destaca-se a serenidade, isto é, “a capacidade ou temperamento para se alegrar com um desfecho favorável, mas não se irritar no caso adverso”.

Aquele que mantém serenidade ante as adversidades mostra ter conhecimento de quão imensos são os seus possíveis males, motivo pelo qual considera o mal presente apenas uma parte muito pequena daquilo que lhe poderia advir.

Em segundo lugar, a saúde do corpo. Com saúde, tudo é fonte de prazer. Por isso, “um mendigo saudável é mais feliz do que um rei doente. Não é sem razão que sempre nos perguntamos mutuamente como vai a saúde, e não sobre as outras coisas”.

Consequentemente, a maior de todas as tolices é sacrificar a saúde por qualquer coisa: lucro, fama, erudição ou prazeres fugazes.

Schopenhauer nos lembra que ninguém pode ser feliz enquanto se atormenta porque outro é mais feliz do que ele. A compreensão disso pode contribuir em muito para nos fazer desfrutar o bem-estar que a vida concede.

Constitui sabedoria de vida chegar ao ponto de ver o que possuímos exatamente com os mesmos olhos com que veríamos tal posse se ela nos fosse tirada.

Quer se trate de uma propriedade, de saúde, de amigos, de esposa e de filhos, em geral percebemos seu valor apenas depois da perda.

Se mudarmos isso, em primeiro lugar a posse haverá de nos trazer imediatamente mais felicidade; em segundo lugar, tentaremos evitar a perda, não expondo nossa propriedade a nenhum perigo, não irritando os amigos, não pondo à prova a fidelidade das esposas, cuidando da saúde das crianças etc.

Diante do que possuímos, devemos então pensar: Como seria se eu o perdesse?

Um temperamento sereno, resultante de uma saúde em boa compleição, uma inteligência lúcida, vivaz, e uma vontade moderada são méritos que nenhuma riqueza pode substituir.

“Muitos ricos são infelizes porque são ignorantes, e, todavia, como regra geral, cada um se preocupa mais em adquirir do que em se educar, sem perceber que aquilo que se é contribui muito mais para a felicidade do que aquilo que se tem”. Por isso, diz-se: “A personalidade é a felicidade suprema”.

Flávio Santos Oliveira é pós-doutorado em História

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